Fiat Fastback Hybrid: até que ponto vale chamar SUV de híbrido?
Feito para reduzir consumo e emissões de poluentes, sistema pouco (ou nada) muda a vida do motorista
Na primeira vez que andei em um carro híbrido — e isso já faz bastante tempo, foi um daqueles primeiros Ford Fusion que vieram para o Brasil — estranhei o silêncio ao dar a partida. Só depois de começar a andar é que o motor a combustão passou a funcionar porque até então o carro estava se movimentando com o propulsor elétrico.
Depois disso tive essa experiência com vários outros modelos híbridos, mas nunca um desses novos chamados híbridos-leve. Até a chegada do Fiat Fastback Hybrid à minha mão. Quando fui buscar o carro, ele já estava ligado, com o motor térmico funcionando.
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Imagem: Fernando Pedroso/Autoo
E isso é normal. O sistema híbrido leve ou MHEV une o 1.0 turbo de três cilindros do carro com um motor elétrico de apenas 4 cv de potência e 1 kgfm de torque. Ele é alimentado por uma bateria de 12V que fica embaixo do banco do motorista.
Mas ele não é capaz de movimentar o carro sozinho. Só funciona mesmo em momentos pontuais de uso mais severo do motor a até 3.500 rpm. Mas pro motorista, isso pouco fará diferença.
Durante o meu uso em uma semana e 338 km rodados, era como se estivesse dirigindo um Fastback normal.
Imagem: Divulgação
Reportagem recente da revista Quatro Rodas chamou a atenção de que o sistema pode simplesmente não estar funcionando. E isso afetou o consumo. Usando o Fastback só na cidade, o carro não passou dos 7 km/l com etanol. O prometido pelo Inmetro é de 8,9 km/l.
Na estrada, onde o sistema híbrido realmente não atua, o consumo foi melhor do que os 9,8 km/l medidos pelo Inmetro e chegou até aos 11 km/l. Na média ao fim do teste, a marca foi de 9,4 km/l.
Imagem: Divulgação
O desempenho também não muda. Anda como um Fastback antes da inclusão do sistema Hybrid. O 1.0 turbo segue com 130 cv de potência e 20,4 kgfm de torque. Ele funciona com o câmbio CVT com sete marchas simuladas.
O motorista só percebe que está em um híbrido porque o painel informa o uso da bateria e mostra o nível da carga.
Imagem: Alberto Polo Júnior/Autoo
A única hora em que o conjunto flex desliga é nas paradas, como em qualquer outro carro com start/stop. A diferença é que é impossível desativar o equipamento, irritando quem não gosta do liga e desliga, ainda mais em dias quentes com o ar-condicionado parando de funcionar. O jeito é dar uma leve virada no volante para voltar a ligar o motor.
Se os MHEV vão pegar no mercado, o tempo vai dizer. Depois da dupla Fastback e Pulse, devemos ter outros modelos com este sistema, como Chevrolet Tracker e Volkswagen T-Cross, mas com baterias de 48V e não este da Fiat de 12V. A ver se serão mais eficientes. Estou curioso.