Fiat Chrysler promete seguir os planos traçados por Marchionne
Arquiteto que promoveu a união entre as duas fabricantes já conta com substituto
A quarta-feira começou triste para o mundo automotivo. Sergio Marchionne, executivo que ocupava o principal posto administrativo da Fiat Chrysler Automobiles, faleceu nesta manhã vítima de complicações após uma cirurgia. Marchionne tratava um sarcoma no ombro quando sofreu uma embolia durante o procedimento cirúrgico, o que agravou muito seu quadro.
A notícia do falecimento de Marchionne foi dada por John Elkann nesta manhã: “infelizmente o que nós mais temíamos ocorreu. Sergio Marchionne, homem e amigo, morreu. Minha família e eu agradecemos eternamente o que Marchionne fez e nossos pensamentos estão com Manuela e seus filhos Alessio e Tyler. Eu acredito que a melhor forma de honrar o legado que Marchionne deixou para nós é continuar desenvolvendo os valores humanos de responsabilidade e transparência dos quais ele era um ardoroso representante”.
John Elkann é o herdeiro da família Agnelli e atua junto à FCA representando os interesses do fundador da Fiat.
Conforme informamos anteriormente, o conselho administrativo da Fiat Chrysler estava se preparando para o afastamento de Marchionne do cargo de CEO do conglomerado e apontou Michael Manley como seu sucessor.
O Autoo entrou em contato com a FCA no Brasil e nos foi informado que todos os planos estratégicos da companhia seguem inalterados, uma vez que Manley também os ajudou a desenvolvê-los junto com Marchionne. Para o Brasil, a FCA vai realizar nos próximos anos um vultoso investimento da ordem de R$ 8 bilhões que vai contemplar novos automóveis para as marcas do grupo por aqui e a introdução de motores mais eficientes, dentre outros aprimoramentos locais.
Nascido na Itália após a Segunda Guerra Mundial, Marchionne emigrou com a família para o Canadá onde estudou filosofia, cursou direito e tornou-se mestre em administração de empresas. Realizou uma carreira de muito sucesso em diversas empresas no país norte-americano e era reconhecido por sua alta capacidade estratégica no mundo dos negócios.
Coube a Marchionne recuperar a Fiat de uma grave crise financeira no início dos anos 2000 e, notando a dificuldade de entrar com a marca nos EUA, viu na concordata da Chrysler há cerca de 10 anos a oportunidade para cumprir essa missão. Marchionne traçou um plano bem-sucedido que resgatou a fabricante norte-americana e criou um dos maiores grupos automotivos do mundo atualmente.
Sergio Marchionne tinha 66 anos e, como já mencionado, deixa a esposa Manuela e os filhos Alessio e Tyler.