Fiat Chrysler e Peugeot Citroën criam o quarto maior conglomerado automotivo do mundo
Empresas anunciam que concordaram com a fusão; saiba mais detalhes sobre o acordo
A quarta-feira (18) amanheceu com uma notícia muito relevante no universo automotivo. A Fiat Chrysler e o Grupo PSA anunciaram que vão efetivar a fusão de suas operações, formando assim o quarto maior conglomerado automotivo do mundo. “A companhia combinada terá vendas anuais de 8,7 milhões de veículos, com receitas combinadas de aproximadamente 170 bilhões de euros, lucro operacional recorrente de mais de 11 bilhões de euros e uma margem de lucro operacional de 6,6% - em uma base agregada simples dos resultados de 2018”, revelam as duas companhias em comunicados distribuídos nesta manhã.
Com negócios complementares e de olho na forte presença que a Fiat Chrysler detém no mercado norte-americano, enquanto a Peugeot Citroën está bem situada na Europa, as empresas vão buscar forças na racionalização do desenvolvimento de produtos e obter uma forte cobertura geográfica com a nova empresa que será criada.
“As eficiências que serão obtidas com a otimização dos investimentos em plataformas de veículos, famílias de motores e novas tecnologias, na medida em que aproveitam a maior escala, permitirão melhorar a performance de compras e criar valor adicional para seus públicos de interesse. Mais de dois terços dos volumes estarão concentrados em duas plataformas, com aproximadamente 3 milhões de automóveis por ano em cada uma delas – plataforma pequena e plataforma compacta/média”, destacam Peugeot Citroën e Fiat Chrysler.
“Espera-se que essas eficiências em matéria de tecnologia, produtos e plataformas representem aproximadamente 40% do total de 3,7 bilhões de euros em sinergias anuais quando em pleno funcionamento, enquanto as compras – beneficiando-se principalmente da escala e do melhor alinhamento de preços – representarão mais 40% das sinergias. Outras áreas, que incluem marketing, TI, despesas gerais e administrativas e logística, representarão os 20% restantes. Essas estimativas de sinergias não são baseadas em quaisquer fechamentos de fábricas como resultado da transação. Projeta-se que as sinergias estimadas terão fluxo de caixa líquido positivo a partir do primeiro ano e que aproximadamente 80% das sinergias serão alcançadas até o quarto ano. O custo total único para alcançar as sinergias é estimado em 2,8 bilhões de euros”, completam.
Um dos focos de acordos como o que a PSA e a FCA formalizaram nesta quarta é a maior força financeira para desenvolver as novas gerações de automóveis e todo o alto nível tecnológico que esses modelos deverão entregar. “Essas sinergias possibilitarão ao negócio combinado investir significativamente nas tecnologias e serviços que irão modelar a mobilidade no futuro, ao mesmo tempo em que cumpre os exigentes requisitos regulamentares globais em matéria de CO2. Com uma presença global já forte na área de Pesquisa e Desenvolvimento, a entidade combinada terá uma plataforma robusta para promover a inovação e impulsionar o desenvolvimento de capacidades transformacionais em novas fontes de energia para veículos, mobilidade sustentável, condução autônoma e conectividade”, revelam as empresas.
A empresa controladora do novo grupo será sediada na Holanda e listada na Euronext (Paris), na Bolsa Italiana (Milão) e na Bolsa de Valores de Nova York, e se beneficiará de sua sólida presença na França, Itália e Estados Unidos. De acordo com o estatuto social proposto para a companhia combinada, nenhum acionista terá o poder de exercer mais de 30% do total de votos expressos nas Assembleias Gerais. Também está previsto que não haverá transferência dos direitos de voto duplo existentes, mas que serão concedidos novos direitos de voto duplo após o período de três anos da finalização da fusão.
Segundo os executivos a frente da negociação, a expectativa é que a fusão esteja concluída dentro de 12 a 15 meses, estando sujeita às condições habituais para efetuar o negócio, incluindo a aprovação pelos acionistas de ambas as companhias em suas respectivas Assembleias Gerais Extraordinárias e a satisfação dos requisitos antitruste e regulatórios.