Fiat Argo pode ser uma boa opção de hatch usado por menos de R$ 45 mil

Modelo vem com direção elétrica, computador de bordo, ar-condicionado e start stop desde a versão mais simples
Fiat Argo 2018

Fiat Argo 2018 | Imagem: Divulgação

Lançado no Brasil em maio de 2017 como parte da linha 2018, o Argo chegou com a missão de substituir numa tacada só os hatches Palio, Punto e Bravo. Para isso, a Fiat precisava torná-lo convincente e atraente para cativar a fiel clientela de seus antecessores.

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Concorrente direto do Chevrolet Onix, Citroën C3 e Hyundai HB20, o rival da Fiat apostava no bom pacote de itens de série, sendo que desde a versão de entrada - 1.0 Drive - já vinha com ar-condicionado, direção elétrica progressiva, Isofix, sistema Star&Stop, travas elétricas, vidros dianteiros elétricos, volante com regulagem de altura e computador de bordo. Além dessa, havia também: 1.3 Drive, 1.3 Drive GSR (com câmbio automatizado GSR, de cinco marchas), 1.8 Precision, 1.8 Precision AT6, 1.8 HGT e 1.8 HGT AT6.

Dependendo da versão e dos opcionais, o cliente poderia levar: câmera de ré e sensor de estacionamento traseiro com visualizador gráfico, central multimídia touchscreen de 7 polegadas, câmbio automatizado, controle de tração, bancos de couro e kit high tech (sensor de chuva, sensor crepuscular, retrovisor eletrocrômico). 

Em 2019 surgiu a aventureira Trekking com motor 1.3 (109/101 cv) e transmissão manual de cinco velocidades cuja principal diferença estava no jogo de pneus de uso misto e suspensão elevada - 40 mm mais alta em relação ao Argo Drive 1.3. No mesmo ano, saía de cena a 1.8 (139/135cv) só com a opção do câmbio manual e restringindo-se à automática, com seis marchas. Mais tarde, essa configuração passou a vir de série na Trekking, abandonando o antigo 1.3 e câmbio manual.

A maior mudança na linha Argo veio com a reestilização em julho de 2022 (linha 2023) que contemplou: nova frente com para-choque, faróis e capô redesenhados, além de novas rodas e calotas, dependendo da versão. Na parte interna, a maior mudança veio do volante emprestado do SUV Pulse.

Após as expectativas do público perante a chegada do novo câmbio automático CVT que simula sete marchas, finalmente ele chegaria em janeiro de 2023 e disponível apenas para as opções Drive 1.3 e Trekking 1.3.


PONTOS QUE MERECEM ATENÇÃO

Fiat Argo 2018
Fiat Argo vem bem equipado e pode contar com mostrador digital, volante multifuncional e central multimídia
Imagem: Divulgação
  • Pintura

Falhas na pintura como bolhas e descascamento têm atormentado muitos proprietários do Argo. Alguns dos exemplos ocorreram em modelos novos - com menos de 700 km - como o caso de um cliente de São José dos Campos (SP) que publicou a sua insatisfação no Reclame Aqui. Em nota, a Fiat comunicou a tentativa de contato com o consumidor que, em sua consideração final, disse que “o carro ficou muito bom” e agradeceu à autorizada que prestou o serviço.

  • Válvula PCV

O rompimento de uma membrana da válvula (chamada PCV) dos motores Firefly de três cilindros (e seis válvulas) tem assustado os proprietários de Argo e Uno, segundo publicações em fóruns sobre os hatches, sites de apoio ao consumidor e veículos de comunicação como a Quatro Rodas.

Na apuração da revista, o Argo 1.3 GSR foi o mais afetado com 5.097 unidades, mas que afetam também as variantes Firefly 1.0 seis válvulas, produzindo alto ruído e fumaça. Só o valor da válvula PCV custa mais de R$ 1.200, como disse um cliente de Guarulhos através do site Reclame Aqui.

  • Sistema Start Stop

Este recurso é muito útil para a contribuição do menor consumo de combustível e redução nas emissões de gases poluentes. Assim que o veículo para em situações como semáforos, congestionamentos de trânsito, por exemplo, o motor é desligado automaticamente.

No entanto, este recurso tem dado dores de cabeça a seus donos conforme relatado em grupos, fóruns e sites de  sites de reclamações contra empresas como o Reclame Aqui e Proteste. Nos dois modelos, notamos que o problema em comum era a falha intermitente em veículos novos. Em resposta, após os diagnósticos realizados em cada carro, a Fiat constatou que havia a necessidade de recarga lenta da bateria e a troca da mesma, na segunda situação.

  • Câmbio automatizado GSR

A transmissão automatizada GSR (Gear Smart Ride) da Fiat é, na verdade, uma “evolução” do polêmico câmbio Dualogic (robotizado de simples embreagem). A diferença entre os dois tipos de caixa de mudanças de marchas estava na operação, que neste último era feito por alavanca e o outro, através de botões no assoalho.

Seja como for, o fato é que eles não têm a mesma robustez dos tradicionais automáticos - desde que se faça a correta manutenção, é claro - com conversores de torque.

No caso do GSR, são inúmeras as resenhas de insatisfação quanto a trancos e falha do sensor de detecção de marchas, que além de não passá-las corretamente, do nada, para na posição N, com o carro em movimento. O problema, inclusive, foi alvo de recall para a verificação e troca do sensor de seleção de marchas.

  • Recalls

Atente para os recalls do: reparo do chicote elétrico e substituição do volante, atualização da central eletrônica da chave de setas, além das trocas dos seguintes itens: relés de ignição e injeção, troca do sensor de seleção das marchas do câmbio GSR (citado anteriormente); eixo intermediário da coluna de direção elétrica; batentes das portas traseiras; bomba de combustível; chicote do painel de instrumentos e tubulação de combustível. Na dúvida, basta acessar o site da Fiat e entrar com o número do chassi ou placa do veículo. Se preferir, também pode entrar em contato através de um dos canais, localizados no rodapé da página da montadora.

 

MELHORES E PIORES UNIDADES PARA COMPRAR

Fiat Argo 2018
Fiat Argo ainda tem linhas atuais e mudou pouco desde o lançamento  no Brasil, em meados de 2017
Imagem: Divulgação

No ranking dos carros usados mais vendidos de novembro da Fenabrave, o Argo somou 7.660 unidades no período, ocupando a 24ª posição dentre os 50 mais negociados.

É um carro que tem suas qualidades, bem como seus defeitos, como qualquer outro. Entre os pontos positivos, podemos dar destaque à lista de itens de série, estilo moderno (ainda atualizado e com cara dos 0 km), bom acerto da suspensão - conforme relatos de seus donos, além da ampla rede de concessionárias autorizadas. Além disso, é espaçoso e econômico, desde que sejam escolhidos com motores 1.0 6V e 1.3 8V. O primeiro traz um consumo de excelentes 9,9 km/l na cidade e 10,7 km/l na estrada rodando com etanol e 14,2 km/l na cidade e 15,1 km/l na estrada, com gasolina. O segundo propulsor, por sua vez, faz: 9,2 km/l na cidade e 10,2 km/l na estrada com etanol e 12,9 km/l na cidade e 14,3 km/l na estrada com gasolina, lembrando que estes números referem-se à opção com câmbio manual de cinco marchas.

Aliás, falando nela, evite as com câmbio automatizado GSR que costumam dar mais dores de cabeça com manutenção e a consequente desvalorização no mercado de usados.

Citando a 1.8, ela tem melhor desempenho, naturalmente, mas cobra por isso, sobretudo nas opções com câmbio automático de seis posições. Estamos falando do alto consumo que chega a fazer desanimadores 7,1 km/l na cidade e 9,5 km/l na estrada com etanol. Com gasolina, melhora um pouco: 10,1 km/l na cidade e 13,2 km/l na estrada.

Através de uma pesquisa aprofundada nos principais sites de classificados de veículos usados, encontramos a 1.0 6V 2017/2018 com preços a partir de R$ 45 mil, ou 8,5% abaixo da tabela Fipe. Já a 1.3 8V do mesmo primeiro ano/modelo, achamos exemplares com preços 9% abaixo da Fipe, ou seja, R$ 51 mil. 

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Fiat Argo 2018

Fiat Argo 2018

Fernando Garcia

Especialista em análises do mercado de veículos usados, Fernando Garcia tem passagens por revistas automobilísticas e no AUTOO traz vários artigos especiais com curiosidades, serviços e dicas.