Fernando Calmon: próxima geração do Yaris nacional terá opção híbrida
Jornalista comenta as estreias do Salão de Los Angeles neste ano e mais assuntos do momento
Os salões de automóveis nos EUA não são gigantescos como os europeus, a exemplo de Frankfurt (o maior do mundo) e o de Paris. Eles se espalham por algumas cidades americanas, acumulam tradição e até concorrência entre eles. Os de Detroit e Los Angeles, por coincidência, existem desde 1907. As datas eram próximas (novembro e janeiro), mas Detroit passou para junho.
Este ano o Salão de Los Angeles (LAAS, sigla em inglês), aberto até 1º de dezembro, teve estreias importantes. A principal foi o Mustang Mach-E, o SUV cupê elétrico da Ford. O desenhista Joel Piaskowski é o mesmo do cupê esportivo que completou 55 anos com prestígio em alta. A inspiração, no caso do SUV, é sutil nas lanternas traseiras e na extremidade dianteira. A Audi também partiu para um SUV cupê, muito elegante, o e-tron Sportback. Distância livre ao solo diminuída em 1,3 cm e as linhas do teto caindo com suavidade fazem a diferença.
Marcas alemãs sempre têm presença forte no LAAS e este ano focaram no alto desempenho. A própria Audi apresentou o RS Q8, de 600 cv, enquanto a Mercedes-Benz respondeu à altura com o Mercedes-AMG GLS 63, ambos SUVs de grande porte. BMW concentrou-se em modelos menores como o BMW Série 2 Gran Coupé, de 305 cv, e a sua subsidiária MINI completou a festa com o MINI John Cooper Works GP e seu imenso aerofólio traseiro. Todos chegarão ao Brasil em 2020 em pequenos lotes.
Entre os elétricos destaques para o Porsche Taycan, sedã-cupê de alto desempenho que terá na Califórnia seu maior mercado; a station Volkswagen ID. Space Vizzion e o reformulado Toyota Mirai – agora um carro realmente bonito – a aposta japonesa nas pilhas a hidrogênio como contraponto às baterias de íons de lítio.
Versão conversível do novo Corvette, de motor central-traseiro, também atraiu olhares. O SUV crossover Trailblazer (nada a ver com o homônimo vendido aqui) servirá de base para os futuros Chevrolet nacionais, inclusive o mesmo motor de três cilindros turbo de 1,2 litro. Outro modelo para o nosso mercado é a totalmente reformulada oitava geração do Nissan Sentra, fabricado no México: tudo novo inclusive o motor (previsão segundo trimestre de 2020).
Três acontecimentos chamaram a atenção fora do LAAS. Um deles o fiasco da apresentação da estrambótica picape elétrica pesada da Tesla. Em evento à parte do salão, o presidente da empresa Elon Musk teve uma surpresa desagradável. Os vidros pretensamente inquebráveis da Cybertruck não resistiram à demonstração por duas vezes.
Também teve impacto a decisão da GM de processar a FCA por supostas perdas financeiras bilionárias em relação às negociações trabalhistas, envolvendo o sindicato de metalúrgicos UAW. Esse episódio remonta a 2009, mas teria se agravado há três anos na gestão do falecido (em 2018) executivo-chefe Sergio Marchionne com quem a empresa americana viveu às turras desde os anos 1990.
E o governo da Califórnia anunciou que não mais compraria modelos da GM, FCA, Toyota e Nissan pois estas decidiram acatar regras federais de emissões algo mais permissivas, porém válidas para os 50 estados americanos. Uma briga ridícula, de viés puramente político.
Alta Roda
TOYOTA decidiu que próxima geração do Yaris, a exemplo do Corolla, também terá versão híbrida. Não antes de 2023 ou 2024, ao fim do ciclo de vida do modelo que estreou em 2018. Até lá será mais comum a hibridização como forma de grande economia de combustível em uso urbano, em geral 60% da quilometragem anual.
AUDI inicia pré-venda do todo novo Q3 a partir de R$ 179.990, importado da Hungria. Entregas em fevereiro de 2020. A marca estuda viabilidade de produção no Brasil. SUV tem agora 2,68 m de entre-eixos, quase 8 cm a mais. Banco traseiro corrediço (5 cm) pode aumentar o espaço. Porta-malas, 530 litros, é o maior do segmento. Desenho ficou bastante atraente.
MUITO impressionante é o mínimo que se pode dizer sobre o Ford Mustang Shelby GT350R, avaliado por duas horas em Los Angeles, Califórnia. No país do câmbio automático, oferece caixa manual de seis marchas e engates extremamente precisos. Direção e freios (Brembo) são de alto nível. Suspensão firme, mas sem desconforto. Potência, 533 cv; 0 a 96 km/h em 3,9 s.
ONIX PLUS tem linhas atraentes e comportamento bastante suave no dia a dia. Acelera firmemente ao combinar um equilibrado motor 1.0 turbo, câmbio automático e baixo peso em ordem de marcha para o seu porte. Interior espaçoso, porta-malas bom com 469 litros, direção precisa e freios bem dimensionados. Tanque de combustível (44 litros) deveria ser maior.
CUIDADOS com os futuros carros autônomos chegam à pintura. BASF trabalha em nova tecnologia de cores escuras, para facilitar o reflexo de sinais infravermelhos enviados por lidar que calcula distâncias com extrema precisão. Pigmentos são específicos para esse fim e desde já estão sendo desenvolvidos.
RESSALVA: frenagem autônoma de emergência estreou no Jeep Compass. Hyundai HB20 foi o primeiro entre os compactos.
Veja outras colunas
Ano de 2025 promete vendas em ascensão: até 3 milhões de unidades
20/12/2024 17h40Próximo ano terá uma série de desafios, entre os quais juros e taxas em alta
GAC vai acirrar rivalidade com BYD e GWM no Brasil
16/12/2024 11h58Fabricante diz que vai ter fábrica no país e contará com motores flex
Chevrolet Equinox 2025: mais desempenho e agora conexão 5G; veja avaliação
05/12/2024 13h20SUV chega importado do México e estreia conexão rápida a bordo entre modelos da GM