Fernando Calmon

Engenheiro e jornalista especializado desde 21 de agosto de 1967, quando produziu e apresentou o programa Grand Prix na TV Tupi (RJ e SP) até 1980

Fernando Calmon: maior segurança pode vir por etapas

Colunista comenta sobre avanços em pesquisas que estão sendo conduzidas para melhorar a segurança viária

Embora os carros autônomos estejam entre as prioridades de vários conglomerados – de fabricantes de automóveis a sistemistas e empresas de tecnologia da informação –, é possível que alguns avanços tornem-se viáveis antes até de se conseguir uma homologação completa para ruas e estradas. Pesquisas em universidades têm contribuído para explorar pontos específicos e já alcançam resultados promissores.

Um exemplo vem do Massachusetts Institute of Technology (MIT), famosa academia particular americana fundada em 1861, na cidade de Cambridge daquele Estado. Em colaboração com a Toyota, o MIT desenvolve um modelo científico para ajudar a determinar quando é seguro avançar em cruzamentos, se a visão está obstruída por obstáculos como edificações e outros veículos.

Para tanto avalia todos os fatores críticos, além dos visuais, como ruído do tráfego, velocidade dos carros e até o nível de atenção de outros motoristas. O sistema, então, pode sugerir parar, avançar ou só acelerar ligeiramente para captar e analisar mais dados. Exatamente como um motorista prudente reage em um cruzamento mais perigoso. Os sistemas atuais podem falhar quando a linha de visão de lidares (medidores de distância a laser) e câmeras é encoberta por barreiras físicas estáticas ou móveis.

Essa tecnologia assemelha-se à apresentada pela Nissan em janeiro de 2019, no salão CES, em Las Vegas, ainda em estágio inicial. Foi batizada de Invisible-to-Visible (Invisível-a-Visível, em tradução livre). O objetivo é o mesmo de aumentar a segurança especialmente em cruzamentos.

O sistema do MIT já foi testado por mais de 100 situações diferentes com veículos controlados remotamente em cidade cenográfica. As experiências envolvem carros totalmente autônomos e outros dirigidos por pessoas, porém assistidos pela tecnologia do instituto. O índice de sucesso tem variado entre 70% e 100%. Os pesquisadores planejam incluir novos fatores de risco entre os quais a simulação de pedestres no entorno.

Se tudo caminhar conforme o previsto, acidentes poderão ser evitados antes mesmo de se alcançar a segurança de nível mais alto que os veículos autônomos prometem. Conquistas parciais significam também preços mais acessíveis, como comprova o recurso de frenagem autônoma de emergência que já foi muito caro e começa a baixar de preço com o aumento de escala de produção em nível mundial.

Uma ideia mais simples para ajudar na segurança do trânsito uniu a Toyota e a empresa de previsão do tempo Weathernews. A iniciativa está sendo testada em três cidades do Japão: Tóquio, Osaka e Aichi desde novembro passado. Consiste em ampliar a conectividade dos veículos ao incluir informações de que os limpadores de para-brisa estão funcionando de modo contínuo.

Isso permite relatórios bem mais precisos e antecipados sobre chuvas e pistas escorregadias. Em geral radares meteorológicos são utilizados para previsão do tempo com alto grau de acerto. A Weathernews também recebe avisos de usuários das vias por meio da rede móvel de internet, mas depende da iniciativa de cada motorista. Ao automatizar o processo em tempo real, mais usuários poderão se beneficiar em especial quando as condições mudarem repentinamente. Ou seja, dá para monitorar até variações do microclima.

Veja outras colunas

Ano de 2025 promete vendas em ascensão: até 3 milhões de unidades

20/12/2024 17h40

Próximo ano terá uma série de desafios, entre os quais juros e taxas em alta

GAC vai acirrar rivalidade com BYD e GWM no Brasil

16/12/2024 11h58

Fabricante diz que vai ter fábrica no país e contará com motores flex

Chevrolet Equinox 2025: mais desempenho e agora conexão 5G; veja avaliação

05/12/2024 13h20

SUV chega importado do México e estreia conexão rápida a bordo entre modelos da GM