Fenômeno em setembro, Renault Kwid despenca nas vendas

Aventureiro que havia emplacado mais de 10 mil carros no mês passado acumulava apenas 2,3 mil vendas em outubro
Renault Kwid 2018

Renault Kwid 2018 | Imagem: Divulgação

O Kwid tem feito muito barulho desde seu lançamento em agosto. O carro mais barato da Renault trouxe na bagagem vários motivos para isso: o visual inspirado em SUVs, o bom custo-benefício e uma campanha de marketing assertiva que envolveu até o personagem ‘Incrível Hulk’ da Marvel numa cena digna de superprodução hollywoodiana.

O resultado disso tudo impressionou em setembro, primeiro mês cheio de vendas: nada menos que 10.357 unidades foram emplacadas, um resultado que colocou o veículo da Renault entre as quatro melhores estreias dos últimos cinco anos (atrás apenas do Onix, HB20 e Ka).

Embora parte dessa demanda tenha vindo de regiões conhecidas pelo alto de volume de compras corporativas, parecia claro que o Kwid passou a ser desejado pelo público – a lista de espera, tão propalada pela marca, seguia cheia.

Mas veio outubro e até agora aquele “fenômeno” não apareceu. Em três semanas computadas, apenas 2.292 haviam sido emplacadas até esta segunda-feira (23), 841 delas em São Paulo, o maior mercado do país. Ou seja, uma queda de 63% se os dados fossem fechados agora.

Oscilação incomum

Impressiona mais a queda brusca em Minas Gerais (leia-se Belo Horizonte) onde mais se emplacam carros antes da venda ao consumidor final. Foram impressionantes 3.413 unidades emplacadas no mês passado. E em outubro? Somente 122 Kwids foram vendidos no estado até o momento.

Uma oscilação tão grande assim é difícil de explicar. Marcas que não costumam atuar nas vendas diretas têm uma evolução mais constante quando lançam um veículo novo. Pegue-se o caso da Hyundai por exemplo. Quando o HB20 chegou ao país, há exatos cinco anos, as vendas logo subiram mas pouco oscilaram fora da faixa entre 8 mil e 12 mil unidades por mês. Era o limite de produção da marca que também preferiu dar conta desses clientes aos poucos, para aproveitar a boa imagem do produto.

Já com o Kwid é cedo para saber onde está seu real alcance. Pode ser uma certa dificuldade em produzir tudo que o mercado deseja como também uma estratégia para colocar o carro na mídia, ou então ambos – a Renault certamente não abrirá o jogo para não expor o modelo aos concorrentes.

Uma coisa é certa, o carrinho fez o que seus rivais diretos, o Volkswagen up! e o Fiat Mobi, não conseguiram até hoje: chamar a atenção para si.

Veja também: AUTOO avalia o Renault Kwid

Ricardo Meier

Comenta o mercado de vendas de automóveis e tendências sustentáveis