Fenômeno em setembro, Renault Kwid despenca nas vendas
Aventureiro que havia emplacado mais de 10 mil carros no mês passado acumulava apenas 2,3 mil vendas em outubro
O Kwid tem feito muito barulho desde seu lançamento em agosto. O carro mais barato da Renault trouxe na bagagem vários motivos para isso: o visual inspirado em SUVs, o bom custo-benefício e uma campanha de marketing assertiva que envolveu até o personagem ‘Incrível Hulk’ da Marvel numa cena digna de superprodução hollywoodiana.
O resultado disso tudo impressionou em setembro, primeiro mês cheio de vendas: nada menos que 10.357 unidades foram emplacadas, um resultado que colocou o veículo da Renault entre as quatro melhores estreias dos últimos cinco anos (atrás apenas do Onix, HB20 e Ka).
Embora parte dessa demanda tenha vindo de regiões conhecidas pelo alto de volume de compras corporativas, parecia claro que o Kwid passou a ser desejado pelo público – a lista de espera, tão propalada pela marca, seguia cheia.
Mas veio outubro e até agora aquele “fenômeno” não apareceu. Em três semanas computadas, apenas 2.292 haviam sido emplacadas até esta segunda-feira (23), 841 delas em São Paulo, o maior mercado do país. Ou seja, uma queda de 63% se os dados fossem fechados agora.
Oscilação incomum
Impressiona mais a queda brusca em Minas Gerais (leia-se Belo Horizonte) onde mais se emplacam carros antes da venda ao consumidor final. Foram impressionantes 3.413 unidades emplacadas no mês passado. E em outubro? Somente 122 Kwids foram vendidos no estado até o momento.
Uma oscilação tão grande assim é difícil de explicar. Marcas que não costumam atuar nas vendas diretas têm uma evolução mais constante quando lançam um veículo novo. Pegue-se o caso da Hyundai por exemplo. Quando o HB20 chegou ao país, há exatos cinco anos, as vendas logo subiram mas pouco oscilaram fora da faixa entre 8 mil e 12 mil unidades por mês. Era o limite de produção da marca que também preferiu dar conta desses clientes aos poucos, para aproveitar a boa imagem do produto.
Já com o Kwid é cedo para saber onde está seu real alcance. Pode ser uma certa dificuldade em produzir tudo que o mercado deseja como também uma estratégia para colocar o carro na mídia, ou então ambos – a Renault certamente não abrirá o jogo para não expor o modelo aos concorrentes.
Uma coisa é certa, o carrinho fez o que seus rivais diretos, o Volkswagen up! e o Fiat Mobi, não conseguiram até hoje: chamar a atenção para si.
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