Fastback Abarth vai ser páreo para o Nivus GTS ? Veja as primeiras impressões
SUV com jeito de cupê da marca italiana vem para dar o bote em cima do futuro rival da Volkswagen
Se você está pensando em comprar um SUV compacto com jeito de cupê que tenha uma pegada esportiva de verdade, sugiro que espere até o Volkswagen Nivus GTS chegar ao mercado, o que vai acontecer até o início de 2024, para tomar uma decisão. Digo isso porque já fomos conferir na pista como anda o rival Fastback Abarth (R$ 159.990) e, apesar de termos encontrado aspectos positivos, só mesmo colocando os dois carros lado a lado para saber qual é o melhor.
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De qualquer forma, confesso que esperava um pouco mais do Fastback Abarth, que começa a chegar às lojas a partir da próxima semana, custando R$ 10 mil a mais que o Pulse Abarth (R$ 149.990) e abaixando o preço da série limitada do Fastback de R$ 162.490 para R$ 154.900. Pois é, resolveram mantê-la com valor menor do que tirá-la de linha, pelo menos por enquanto.
Não resta dúvida de que houve um grande esforço para tornar o SUV cupê um esportivo dos bons, mantendo a tradição de 74 anos da Abarth. Mas, estamos falando de um carro que pesa 1.300 kg, tem uma distância livre do solo de 21,5 cm e uma relação entre peso e potência de 7kg/cv, no limite do que é considerado ideal se a tração foi apenas dianteira.
A lista do que fizeram no Fastback para levar a marca do escorpião por todo lado não é pequena, mas nem sempre a diferença para as demais versões é considerável. Já começa com a redução de peso de 5%, passa pela instalação de um conjunto de suspensão que inclui molas 7% mais rígidas, amortecedores 12% mais firmes e chega em mudanças mais complicadas, como o novo sistema de escape e o difusor de ar na traseira.
A fabricante diz que com as alterações na parte aerodinâmica do Fastback Abarth, o carro teve uma redução do coeficiente de arrasto aerodinâmico (Cx) de 1,4%. E que os números desempenho da nova versão esportiva são os seguintes: 0 a 100 km/h em 7,6 segundos, retomada de 80 a 120 km/h em 5 segundos e máxima de 220 km/h, nada mal.
Veneno na pista?
Ok, mas foi andando na pista com a faca entre os dentes que fica claro que uma coisa é preparar um hatch, um cupê ou um conversível e outra um SUV. Depois de ter colocado balaclava e capacete, ajustado o cinto de segurança e a posição e dirigir, parto para a avaliação, com o modo "Poision" acionado, que torna as respostas do acelerador mais rápidas, a direção mais direta e altera o modo de atuação dos controles de tração e estabilidade.
Foi aí que, em uma das curvas do circuito das primeiras impressões, bem fechada e em subida, que uma tração traseira ou integral (e até mesmo um controle mais sofisticado) fez falta. Logo após o nariz do Fastback Abarth apontar na reta, piso fundo no acelerador e sinto as rodas da frente patinando, o que me fez perder tempo. Antes disso, ficou claro que controlar o vai e vem da carroceria de um lado para o outro não é tarefa fácil.
Tudo bem que capricharam na afinação do ronco que sai pela saída de escape, mas não há como fazer um SUV que pesa perto de uma tonelada e meia ter o comportamento dinâmico de um verdadeiro esportivo, principalmente nas curvas, sem uma parafernália eletrônica sofisticada e mudanças estruturais bem significativas. Então, os pneus 215/45R 18 acabam sendo sacrificados, bem com os freios, que são a tambor na traseira, com sistema de refrigeração, segundo a Abarth.
Questionada sobre a ausência de freios a disco no eixo traseiro a fabricante disse que o sistema adotado é bem seguro e adequado ao carro. E que se tivesse que usar algo mais sofisticado não iria conseguir chegar no preço competitivo do carro, que ainda conforme a Abarth consegue chegar a 1G de aceleração lateral, o que é medido por um pequeno instrumento digital no painel quando o modo de condução mais esportivo está acionado.
Pois bem, saindo da questão do comportamento na pista e indo para os quesitos equipamentos e estilo, há boas notícias. O carro tem um visual interessante, com exclusivas rodas de aro 18, defletor de ar pintado de preto brilhante na traseira, dupla saída de escape, friso acima dos faróis de LED que imita fibra de carbono, bancos revestidos de couro com costuras vermelhas, volante com base achatada, entre outros itens.
A central multimídia é a mesma utilizada em outras versões do Fastback, compatível com Apple Car Play e Android Auto, carregador de celular com indução, ar-condicionado digital, freio de estacionamento eletrônico, motor 1.3 turboflex de 185 cv e bons 27,5 kgfm de torque a apenas 1.750 rpm, câmbio automático de seis marchas com trocas que pode ser feitas por hastes no volante, entradas USB-A e C no console central, alertas de colisão frontal e mudança de faixa, bem como comutação automática dos faróis.
A Abarth espera que o volume de vendas do Fastback mais potente da linha fique no mesmo patamar que o Pulse Abarth atingiu, ou seja, em torno de 350 unidades mensais. Agora resta saber como ficará o principal rival do Fastback Abarth, o Volkswagen Nivus GTS. Essa briga vai ser boa, mas para acontecer será preciso esperar mais alguns meses. Vamos aguardar.
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