Escolha a forma de financiar seu carro
AUTOO explica como funcionam o consórcio, o leasing e o CDC e aponta as vantagens e desvantagens de cada um
O mercado brasileiro vem atingindo recorde atrás de recorde nas vendas de automóveis. Hoje em dia, somos o quinto país que mais compra veículos no mundo, perdendo apenas para China, Estados Unidos, Japão e Alemanha.
A facilidade que o consumidor passou a ter em adquirir um veículo, principalmente agora com a redução do IPI que, inclusive, deve ser prorrogada para carros populares, em parte justifica isso. Outro fator foi o acesso facilitado ao financiamento de veículos. Entre os mais comuns estão o parcelamento direto com o banco – o famoso Crédito Direto ao Consumidor ou simplesmente CDC –, o leasing e o consórcio.
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Só para se ter ideia, de acordo com dados da Anef – Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras -, no primeiro trimestre deste ano o saldo de crédito para aquisição de automóveis financiados por pessoas físicas correspondeu a 4,8% do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro.
Mas quais são as “regrinhas” básicas de cada uma dessas modalidades? O que elas oferecem de vantajoso e desvantajoso? Qual é a melhor opção para ter um carro? Se vocês estão pensando em adquirir um automóvel financiado para aproveitar a redução de IPI, mas essas e outras questões ainda não estão esclarecidas, AUTOO explica como funciona cada uma dessas modalidades e aponta em quais situações elas podem ser usadas.
Para quem prefere alugar antes de comprar: Leasing
Embora utilizado como meio de financiamento, o leasing é na verdade uma espécie de locação financeira ou arrendamento mercantil. Entre as modalidades de compra no mercado, essa é a menos utilizada – cerca de 3% das compras hoje em dia são realizadas dessa forma, segundo a Anef.
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Mais utilizado por pessoas jurídicas, o leasing funciona da seguinte maneira: a instituição financeira compra o carro que o interessado ou a empresa escolheu e cobra todos os meses um "aluguel" para que o veículo seja usado. Durante este período, o automóvel fica no nome da instituição. Ao final do contrato existem três alternativas: ou o veículo pode ser comprado pela pessoa, ou o contrato pode ser renovado ou o bem pode ser devolvido à instituição financeira.
Por oferecer menor risco de inadimplência, o leasing possui taxas menores que o CDC e é livre de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Mas, em contrapartida, como o carro fica no nome do banco, existem certas burocracias como a dificuldade para trocar, vender ou até mesmo antecipar a liquidação da dívida do automóvel antes do final do prazo pré-estipulado de “locação”, além do seguro, que pode se tornar um item obrigatório. Também pode ser exigido um contrato com prazo de permanência mínima de 24 meses.
Para quem pode se programar: consórcio
O consórcio é o segundo meio mais utilizado pelos brasileiros para comprar um carro. Ele surgiu na década de 1960 e era constituído por funcionários do Banco do Brasil. A lógica dessa forma de compra é antecipar a aquisição de bens. No entanto, ele é mais indicado para quem não tem pressa e pode programar a sua compra.
Funciona da seguinte maneira: um grupo de pessoas paga mensalmente um determinado valor, que somado é igual ao preço cobrado pelo automóvel. Normalmente, todo mês duas pessoas são contempladas: uma por sorteio e outra por leilão – nesse último, ganha quem der o lance mais alto. Ao final do contrato, todos os integrantes desse grupo estarão com os seus automóveis em mãos.
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De acordo com Elaine Gomes, gerente do departamento jurídico da Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios), no consórcio, as taxas são baseadas no valor requerido pelo cliente, e no geral são mais baixas que as do leasing e do CDC. Mas vale ressaltar a importância de ler o contrato, pois nele constam os valores que serão cobrados pela instituição financeira.
Outro ponto positivo é que, diferentemente do leasing, o documento do carro fica no nome do proprietário, então não haverá problemas burocráticos na hora de vender ou trocar de veículo.
Para quem tem pressa: CDC – Crédito Direto ao Consumidor
Talvez por ser a modalidade mais simples e sem muita burocracia, o CDC (Crédito Direto ao Consumidor) seja a forma de financiamento mais procurada pelos brasileiros. Segundo a Anef, 52% das compras efetuadas no primeiro semestre deste ano foram realizadas dessa forma.
Por meio do CDC o consumidor pode parcelar o seu carro diretamente com a instituição financeira de acordo com o que ele precisa e com o que o banco pode oferecer. A vantagem é que, caso aprovado, o carro fica no nome do proprietário e, além disso, caso o dono do automóvel queira, pode antecipar a qualquer momento a liquidação total da dívida.
A desvantagem é que os juros estão entre os mais altos do mercado. De acordo com a Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade), no mês de julho a taxa ficou em 1,8% ao mês.