IPI menor terá baixo impacto no preço final dos carros; confira estimativas
Fernando Calmon analisa os impactos da redução tributária anunciada na semana passada pelo Governo Federal
A notícia parecia boa demais: corte no percentual das alíquotas do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de até 25%, a partir de 1º de março.
Carga fiscal sobre automóveis no Brasil é a maior do mundo. Um modelo com motor acima de 2 litros a gasolina, por exemplo, tem que recolher ao sair da fábrica 25% de IPI e 11,6% de PIS/Cofins (impostos federais), mais 12% de ICMS (imposto estadual). Isso alcança 36% do preço sugerido em tabela. Ainda há o IPVA de 4%, divido entre Estado e município. Em números aproximados são quase 70% de diferença entre o carro com e sem impostos. Em comparação, nos EUA o mesmo cálculo aponta para 9% e na média da Europa, 22%.
No entanto, no caso de veículos a redução no percentual da alíquota do IPI foi de 18,5% e não de 25%. Claro que imposto menor é sempre bem-vindo. Espera-se que todos os fabricantes e importadores repassem ao consumidor a diferença. Não se anime muito, pois houve um ganho modesto. Solicitei à Bright Consulting uma estimativa como simples referência.
Motores até 1 litro de cilindrada: IPI de 7% para 5,7%. Preço final: menos 1,2%.
De 1 até 2 litros (gasolina): IPI de 13% para 10,6%. Preço final: menos 2,1%.
De 1 até 2 litros (etanol): IPI de 11% para 8,9%. Preço final: menos 1,8%.
Acima de 2 litros (gasolina): IPI de 25% para 20,4%. Preço final: menos 3,7%.
Acima de 2 litros (etanol): IPI de 18% para 14,7%. Preço final: menos 2,8%.
Hoje, 48% dos carros vendidos têm motores de até 1 litro e 50% entre 1 e 2 litros. Apenas 2%, acima de 2 litros.
Os 10 modelos mais vendidos no mundo em 2021
Dificuldades de abastecimento de chips semicondutores, além de problemas logísticos, prejudicaram as vendas de veículos em todo o mundo no ano passado. Mas as marcas japonesas conseguiram administrar a escassez com mais eficiência, o que resultou em sete dos dez modelos mais vendidos no mundo em 2021.
A empresa de consultoria Jato fez o levantamento e apontou a liderança do Corolla em sua 12ª geração:
1) Toyota Corolla: 985.336 unidades; 2) Toyota RAV4: 965.839; 3) Honda CR-V: 713.143; 4) Toyota Camry: 617.010; 5) Testa Model 3: 592.719; 6) Honda Civic: 569.069; 7) Ford F150: 541.076; 8) Toyota Yaris: 515.018; 9) Nissan Sylphy, 498.583; 10) Wuling Hongguang Mini EV, 469.525.
Nesta relação há uma picape pesada (F150) e dois modelos elétricos (Model 3 e Hongguang, sendo este um microcarro chinês de apenas 2,92 m de comprimento). A Toyota teve quatro produtos entre os 10 mais vendidos no ano passado. O Golf costumava frequentar essa lista, porém enfrentou dificuldades de produção maiores e ficou de fora.
Deve-se ressaltar a estratégia da Toyota de manter a denominação Corolla em modelos com linhas externas bem diferentes como o Corolla Cross. Versão hatch, na Europa, já se chamou Auris até 2018, quando foi rebatizada de Corolla, embora sem semelhança com o sedã. Volkswagen, por exemplo, tem outra visão: Golf e Jetta, Polo e Virtus. GM concentra-se no Onix (hatch) e Onix Plus (sedã). Nissan Sylphy é produzido apenas na China e já adotou nomes diferentes (Almera, Pulsar, Sentra e Sunny) dependendo do país.
ALTA RODA
Stellantis divulgou seu plano estratégico para 2030. Pretende reduzir em 50% as emissões de dióxido de carbono e atingir a neutralidade em 2038. Para isso o grupo espera, dentro de oito anos, ter 100% de suas vendas na Europa apenas com veículos elétricos a bateria (VEB) e 50% nos EUA. Para outros mercados, inclusive China, não foi feita previsão. Produção mundial do grupo seria de 5 milhões de VEB por ano em 2030. O primeiro Jeep VEB estreia no início de 2023.
Salão de Genebra foi cancelado este ano, mas a premiação do Carro do Ano foi realizada e transmitida pelo site do próprio Salão. O vencedor foi o elétrico Kia EV6 com seu visual completamente novo e muito atraente, seguido pelo Renault Mégane E-Tech Electric e Hyundai Ioniq 5. Dos sete finalistas, apenas o Peugeot 308 (quarto colocado) tinha motor a combustão. Os outros finalistas: Skoda Enyaq iV, Ford Mustang Mach-E e Cupra Born.
Quem valoriza dirigibilidade de um hatch, comportamento em curvas, posição de guiar e acabamento de alto nível está bem servido com o Audi A3 Sportback. Combinação de motor de 190 cv/32,6 kgf.m e câmbio automatizado de sete marchas (duas embreagens) garante desempenho aceitável, embora o ideal fosse algo na faixa de pelo menos 220 cv para um carro de quase 1.500 kg. Espaço no banco traseiro algo limitado, mas porta-malas é muito bom. Fazem faltam alerta de colisão frontal e frenagem autônoma de emergência, itens presentes em modelos mais baratos.
São Paulo Motor Experience que será realizado no autódromo de Interlagos, de 6 a 14 de agosto próximos, ampliou o número de iniciativas para atrair mais público para o evento. Arena Racing, Veículos Especiais, Performance e Customização, Carros Clássicos e Kids são os novos espaços programados. Dos 23 boxes oferecidos aos expositores 18 foram reservados até agora.
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