É hoje: governo Lula anuncia pacote para relançar 'carro popular' no Brasil

Medidas devem incluir redução de impostos, crédito facilitado e uso do FGTS para viabilizar veículos novos com preços a partir de R$ 55 mil
Acima o Fiat Mobi em sua versão de entrada Easy

Acima o Fiat Mobi em sua versão de entrada Easy | Imagem: Divulgação

Com o mercado de veículos novos e usados em compasso de espera, o governo Lula anuncia nesta quinta-feira (25) às 14h o pacote de benefícios para a indústria automobilística visando a recriação de um “carro popular” no Brasil.

Aguardadas há semanas, as medidas devem promover uma redução pontual em impostos como o IPI (federal) e ICMS (estadual), além de crédito facilitado (e talvez subsidiado) para criar condições de baixar o valor de veículos novos até um teto estimado de R$ 100 mil.

Além disso, o governo poderá liberar parte do FGTS para servir como garantia de financiamento ou mesmo parte do pagamento dos automóveis.

A meta, segundo analistas, é trazer o piso do carro novo de R$ 69 mil (Fiat Mobi e Renault Kwid) para algo em torno de R$ 55 mil, ou uma redução de cerca de 20% no preço sugerido.

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Na visão da atual gestão, o pacote pode fazer como que a produção de veículos volte a subir para patamares mais próximos do período pré-pandemia. Até abril, os emplacamentos apresentavam um crescimento de 16% em relação a 2022, mas que foi um ano fraco também.

O mês de abril, por exemplo, chegou a registrar 316 mil veículos vendidos em há 10 anos. Em 2023, foram apenas 150 mil.

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Imagem: Agência Brasil

Desinteresse pelo carro popular

Há, no entanto, ceticismo no mercado já que os potenciais consumidores desses veículos de entrada estão endividados no momento e mesmo os estímulos podem não ser suficientes para motivar uma volta às concessionárias.

As próprias fabricantes mudaram seu portfólio, agora voltado a uma classe de renda mais elevada e que procura por SUVs e picapes, cuja margem de lucro também é maior. Carros populares, ao contrário, costumam gerar pouca rentabilidade, quando muito.

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O caso emblemático é o da Ford. A montadora norte-americana disputou o segmento de entrada com os modelos Ka e Fiesta por muitos anos, mas apenas acumulou prejuízos até encerrar a produção no Brasil em 2021.

Hoje nanica, a Ford foca apenas em produtos importados e de alto valor agregado. Segundo seus executivos, a operação no país passou a ser lucrativa.

Ricardo Meier

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