Despedida do modelo atual: testamos o Honda City EXL 2021
Próxima geração do sedã vai estrear neste ano, enquanto isso o modelo atual é uma boa referência sobre o que podemos esperar para a novidade
Modelo que nasceu para atender países emergentes do Sudeste asiático e chegou ao Brasil em 2009, o Honda City vai ganhar um destaque cada vez maior na gama nacional da marca.
A sétima geração do modelo deverá estrear neste ano trazendo como uma de suas novidades a companhia da variante hatchback, que deverá entrar no lugar do Fit como o modelo mais acessível da Honda por aqui.
Em uma espécie de “teste de despedida” do sedã atual, vale a pena um derradeiro contato com o City 2021 para sabermos quais qualidades deverão ser preservadas na próxima geração e os pontos onde ele receberá as aguardadas melhorias em conjunto com a atualização completa.
Para quem não está familiarizado com o modelo, o City compartilha a mesma plataforma com o Fit e o HR-V atualmente produzidos no Brasil. Assim como observamos no monovolume e no SUV compacto, a arquitetura bastante singular dos irmãos se notabiliza pelo amplo espaço interno e o conforto que oferece aos cinco passageiros, além de um irretocável porta-malas de 536 litros, somando as áreas livres acima (485 litros) e abaixo (51 litros) do assoalho. Em termos de conforto, o City é um carro praticamente imune a críticas, algo que certamente será preservado em sua próxima geração.
Racional por excelência e pensado para ser competitivo em países onde o preço é algo decisivo na escolha de um automóvel, o City 2021 também não descuida de atributos como o baixo consumo e a manutenção acessível, características que, convenhamos, todo mundo busca em um carro novo.
O atual 1.5 16V de 116 cv com etanol e 15,3 kgfm de torque associado ao câmbio automático CVT é capaz de acelerar o City EXL de 0 a 100 km/h em torno de 11,5 segundos e alcançar médias de 12,3 km/l na cidade e 14,5 km/l na estrada com gasolina. Não espere acelerações e retomadas mais envolventes a bordo do City EXL como se você estivesse em um VW Virtus com motor 1.0 TSI ou em um Hyundai HB20S Diamond/Diamond Plus, mas no quesito economia o Honda ainda se sai bem.
Segundo notícias de bastidores, para encarar os concorrentes mais modernos a Honda deverá adotar na renovação do City um novo motor 1.5. Apesar de preservar o mesmo deslocamento do propulsor atualmente usado no modelo, ele trará soluções bem mais sofisticadas como o duplo comando de válvulas variável e a injeção direta. Com isso, o City 2022 deverá entregar mais potência e torque e equiparar seu nível de performance com os rivais. Será uma melhora muito importante para o modelo.
Se dissemos anteriormente que o City atual não descuida do custo de propriedade mais camarada, um ponto que acende o alerta vermelho no sedã é a ausência dos controles de tração e estabilidade. Seus irmãos Fit e HR-V nacionais oferecem a dupla de segurança, porém, talvez pela proximidade da estreia da nova geração, a Honda optou por centrar seus esforços de desenvolvimento no City 2022, o qual certamente contará com os recursos. A decisão da marca, entretanto, pesou como um fator para retirar a competitividade comercial do modelo atual frente aos concorrentes, uma vez que é inadmissível adquirir um automóvel 0 km hoje em dia sem o ESP.
Aliás, por falar em mercado, a Honda parece que exagera ao tabelar o City EXL 2021 em R$ 95.000. Apesar de sair de fábrica com 6 airbags, iluminação dianteira full-LED, revestimento interno de couro, ar-condicionado automático digital, entre outros itens, seus concorrentes têm custo-benefício muito melhor. Por R$ 10 mil a menos, por exemplo, você consegue estacionar na garagem de casa o Hyundai HB20S Diamond Plus, que, além dos controles de tração e estabilidade, traz o reforço de assistentes de condução avançados como o alerta de colisão com frenagem autônoma e o aviso de mudança involuntária de faixa.
É fato que, com esses valores, a Honda já vai preparando o público para o papel de “coringa” que o City vai desempenhar em breve aqui no Brasil. Como revelamos com exclusividade no AUTOO, o modelo será o único sedã nacional da marca e terá que crescer não só em porte, mas também em nível de equipamentos e eficiência para figurar como uma alternativa viável ao Civic. Como parte de um completo redesenho de sua estratégia global, a Honda deixará de oferecer o sedã médio em alguns mercados para abrir espaço a modelos de maior volume ou em linha com as demandas do público local. Logo, podemos esperar que o City 2022 tenha mais liberdade para atuar em uma faixa de preços superior, desde que, é claro, entregue um conjunto condizente com a ideia.
Ao migrar para sua sétima geração a cabine ampla e espaçosa, corrigir a falha de não oferecer os controles de tração e estabilidade e incrementar a eficiência mecânica, o City 2022 se tornará forte player no segmento de sedãs compactos de apelo premium. Comprar o City atual hoje em dia só vale a pena se você conseguir descontos muito bons. Por conta de toda a evolução que a nova geração vai trazer ao sedã, preservando todos seus pontos fortes, vale bem mais a pena aguardar pelo novo City 2022 no segundo semestre deste ano.
Ficha técnica
Honda City 2021 EXL 1.5 16V flex automático 4p | |
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Preço | R$ 95.000 (12/2020) |
Categoria | Sedã compacto |
Vendas acumuladas neste ano | 7.284 unidades |
Motor | 4 cilindros, 1497 cm³ |
Potência | 115 cv a 6000 rpm (gasolina) |
Torque | 15,2 kgfm a 4800 rpm |
Dimensões | Comprimento 4,455 m, largura 1,695 m, altura 1,485 m, entreeixos 2,6 m |
Peso em ordem de marcha | 1135 kg |
Tanque de combustível | 46 litros |
Porta-malas | 536 litros |