Depois de ano desastroso, Ford reage e volta ao 4º lugar no ranking

Marca, que havia sido superada pela Toyota e Hyundai, cresce mais que a média do mercado graças sobretudo ao Ka
Ford Ka 2018

Ford Ka 2018 | Imagem: Divulgação

O ano de 2016 foi um pesadelo para a Ford. A montadora americana fazia parte do quase impenetrável grupo das quatro marcas mais vendidas no Brasil há décadas mas uma conjunção de fatores fez com que ela não só perdesse o 4º lugar no ranking como caísse para a 6ª posição.

As fabricantes responsáveis por isso foram as asiáticas Hyundai e Toyota. A situação parecia incontornável, porém, em outubro, a Ford conseguiu reagir e reassumir a 4ª posição.

O grande motivo para essa virada foi o Ka. Modelo mais vendido da marca, o hatch compacto já acumula uma alta de 27% nas vendas este ano – em outubro foi o vice-líder, à frente do HB20.

Mas não foi apenas ele que contribuiu para que a Ford voltasse a crescer mais que a média do mercado, de 9,6% nos primeiros dez meses de 2017. O sedã Ka+, o Fiesta e o renovado EcoSport também fizeram sua parte enquanto o Focus hatch e o Fiesta Sedan (que deixou de ser importado por algum tempo) experimentaram queda até aqui.

Com isso, a Ford acumula um crescimento de 14% até outubro, uma marca muito boa num ano em que o mercado tenta sair da crise. Mas ela contou com uma “ajuda” das rivais diretas.

Fábrica no limite

Se a Toyota havia terminado 2016 poucos carros à frente da Ford a Hyundai deu um banho na marca dos EUA. Foram quase 20 mil veículos vendidos a mais, uma sólida conquista da 4ª colocação. Mas o que parecia muita coisa no ano passado (o pior resultado em muito tempo) em 2017 foi pouco.

A Hyundai cresce apenas 2% este ano, limitada que está pela capacidade da fábrica de Piracicaba. A marca sul-coreana acabou optando por uma “troca” de prioridades: de olho há tempos no mercado de SUVs compactos, ela acabou lançando finalmente o Creta, modelo que encontrou boa aceitação no mercado (mais de 32 mil unidades até outubro).

O problema é que o Creta roubou espaço na linha de montagem de outros modelos nacionais. O HB20, seu carro mais vendido e, como dito, rival do Ka, experimenta uma queda de 9% nas vendas, mas é o sedã HB20S o mais prejudicado com esse remanejamento: 30% a menos emplacamentos até o momento, uma redução absoluta nas vendas de 11 mil veículos.

A coligada CAOA também colabora para a queda nas vendas. O velho Tucson sumiu enquanto o New Tucson vende bem menos por custar bem mais. Até o ix35 não é mais o mesmo, acossado que está pelo Jeep Compass. Para fechar o desastre, o i30 saiu do mercado.

Certamente os executivos da Hyundai não estão desapontados afinal Creta e New Tucson têm margens de lucro maiores e compensam o fato de a marca ter seu crescimento interrompido por enquanto. Sorte, mas também mérito da Ford.

Ricardo Meier

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