Demorou, mas o Brasil se livrou do câmbio automatizado, finalmente
Com fim da versão GSR do Cronos, sistema de embreagem mecanizada dá adeus ao mercado sem deixar saudades
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Levou bem mais tempo do que essa coluna esperava, mas finalmente o câmbio automatizado deu adeus ao Brasil. Ao menos para quem compra carro zero km, afinal há milhares de veículos com o sistema rodando no país ainda. Quando comemoramos o fato de a tecnologia começar a ser abandonada pela indústria, em junho de 2018, ainda restavam algumas marcas que insistiam em oferecê-la, a despeito das baixas vendas.
Em março do ano passado, a Renault desistiu do sistema e logo em seguida, a Volkswagen, deixando a Fiat como única montadora a considerar a opção, claramente por falta de alternativas na época. Agora, com o fim da venda do Cronos GSR, a era dos câmbios automatizados chega ao fim sem deixar saudades.
Foram 12 anos em que a tecnologia figurou no mercado, desde o lançamento do Stilo Dualogic, em 2008. Embora Chevrolet, Volks e Renault tenham apostado na ideia, foi a Fiat, de longe, quem mais insistiu em considerá-la uma opção de trocas automáticas viável. Lembro bem de uma época em que os executivos da montadora tentavam convencer os jornalistas de que o sistema era realmente automático.
Como já explicado aqui, o problema maior do câmbio automatizado não era o funcionamento capenga, fruto da limitação natural de um equipamento que na prática se trata de uma embreagem robotizada. Foi a tentativa de vendê-lo com preços equivalentes ao de transmissões automáticas o maior pecado da indústria.
Se fosse uma alternativa pouco mais cara que um câmbio manual tradicional, o item até faria sentido. Veja como o mercado PCD cresceu, demandando carros sem pedal de embreagem. Mas na ânsia de ampliar a margem de lucro, algumas marcas simplesmente passaram a cobrar horrores por esses carros automáticos "fakes".
Foi decisivo também que as transmissões automáticas verdadeiras ganhassem popularidade e com isso tivessem seu custo de produção reduzido. Além de mais eficientes, elas valorizam o modelo, ao contrário do que ocorre com os carros de câmbio automatizado no mercado de usados.
O trocadilho é lamentável, mas a verdade que o câmbio automatizado não pegou nem no "tranco".
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