Dacia vira galinha dos ovos de ouro da Renault
Montadora romena criadora do Logan é considerada a mais lucrativa divisão do grupo no mundo
Há cerca de 15 anos, ela era apenas uma montadora quase falida da Romênia. Hoje a Dacia virou uma espécie de galinha dos ovos de ouro do grupo Renault. Segundo relata a imprensa europeia, a fabricante do Logan, Sandero e Duster se transformou na mais lucrativa divisão da empresa graças ao baixo custo de seus modelos, vendidos em grande parte do mundo.
A ironia é que a Dacia era vista com reservas por atuar num segmento de supostas margens apertadas – seus carros na Europa custam em torno de 8 mil euros, poucos menos que R$ 20 mil. Mas especialistas dizem que sua margem de lucro é de quase 10%, equivalente a de marcas premium como BMW ou Audi.
O segredo é que cerca de 60% de suas vendas concentram –se em países em desenvolvimento onde seus carros levam o logo da Renault e custam mais caro. O Brasil é o maior exemplo. Segundo o jornal Automotive News, enquanto um Duster custa a partir de R$ 32 mil aqui ele não sai por menos de R$ 50 mil.
O resultado disso é que a plataforma 0, como é chamada a base mecânica da família Logan, vendeu quase 1 milhão de unidades em 2012. Na Europa, uma das razões de seu sucesso é oferecer modelos novos com preço de usados e com garantia de 3 anos, uma sacada numa época de vendas em queda no Velho Continente.
A situação só não é melhor porque a primeira geração nunca foi exemplo de estilo atraente e de bom acabamento. Mas até isso está mudando. A nova geração do Logan e do Sandero, mostrada no Salão de Paris, é bem mais agradável e bem acabada – e sem perder o espaço interno generoso, marca registrada desses modelos.
É verdade que, a despeito de tantos lucros, a Dacia continua a ser uma desconhecida mundo afora, mas certamente Carlos Ghosn, o brasileiro que comanda a Renault, não deve estar preocupado com isso. Nem grande parte dos donos de Logan, Sandero e Logan, que provavelmente nem sabem que dirigem um veículo concebido na desconhecida Romênia.