Dá para confiar em carro que dirige sozinho? Entenda com funciona o ACC

Não duvide: você ainda vai ter um automóvel que não precisa de motorista
Projeção de um carro autônomo pleno; essa ainda não é a realidade

Projeção de um carro autônomo pleno; essa ainda não é a realidade | Imagem: Divulgação/Nakata

Falar em carro autônomo parece coisa de ficção científica, mas a tecnologia que faz com que o carro ande sozinho está mais perto do que se imagina. De repente, já está na sua garagem. Isso porque os sistemas que auxiliam o condutor estão se popularizando e chegaram até a carros compactos, como Fiat Pulse e Renault Kardian.

Em tese, eles podem sim andar sozinhos graças a sistemas que mantém o carro na velocidade do veículo à frente e dentro das faixas de rolagem, virando o volante conforme a necessidade. Esse conjunto de equipamentos se chama Adas (do inglês Advanced Driver Assistance Systems ou Sistemas Avançados de Assistência ao Motorista). Ele tem diversos níveis de atuação.

O Hyundai Creta na versão Limited, por exemplo, tem o assistente de faixa, mas não tem o ACC, que é o controle de cruzeiro adaptativo, que é o que mantém a velocidade programada. Então ele pode manter o veículo centralizado na faixa, mas não frear se o veículo à frente parar. Uma função interessante é avisar que o trânsito andou para ajudar motoristas distraídos, como demonstrado no vídeo abaixo:

E dá para confiar no carro andando sozinho?

Por enquanto não. Os sistemas ainda dependem muito do ambiente externo, como uma boa sinalização da pista e do estado perfeito do pavimento e sabemos que nenhum dos dois é uma certeza no Brasil. Além disso, os sistemas autônomos que estão no mercado ainda têm dificuldade de identificar pedestres e ciclistas, podendo causar um atropelamento.

Os carros também não são capazes de parar em um semáforo ou mudar de faixa para dar passagem a veículos mais rápidos ou até para sair da rodovia em que se está trafegando.

Outro obstáculo para deixar o carro rodar sozinho é a legislação. O CTB (Código de Trânsito Brasileiro) proíbe que o condutor tire as duas mãos ao mesmo tempo do volante. A prática é considerada uma infração média e que rende multa R$ 130,16, além de adicionar 4 pontos na CNH.

Os carros com essa função vendidos no Brasil sabem que o motorista está sem as mãos no volante. Normalmente depois de um tempo ele emite um sinal sonoro e um aviso no painel. Caso o condutor não retome a condução, o sistema é desativado.

Já os modelos mais avançados podem entender que há algo de errado com o motorista se o motorista não voltar à condução. Nestes casos, o carro é até capaz de parar no acostamento da via e chamar um serviço de socorro através do sistema de comunicação.

O que esperar para o futuro?

Táxi autônomo de São Francisco (EUA) é alvo de protestos
Táxi autônomo de São Francisco (EUA) é alvo de protestos
Imagem: Reprodução/BBC

Carros 100% autônomos passam por testes constantes e há nos Estados Unidos até um serviço de táxi. Os carros, no entanto, fazem trajetos controlados e, mesmo assim, é comum notícias de acidentes causados por esses carros. Além disso, o serviço já foi alvo de protestos, com manifestantes segurando uma simples placa de “Pare” ou um cone sobre o capô conseguindo interromper o trajeto dos autônomos.

Para chegar ao mercado, carros autônomos vão depender de uma grande reestruturação das cidades, com ruas mais apropriadas para isso. Mas não duvide da tecnologia. Em pouco tempo pode ser que você já nem dirija mais o seu próprio carro.

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Fernando Pedroso

Apaixonado por carros desde criança, se formou em jornalismo para trabalhar com automóveis. Realiza esse sonho desde 2006, e participando no AUTOO a partir de 2023