Correção no preço dos carros usados pode ser ''drástica'', adianta KPMG
Consultoria projeta cenários para o mercado norte-americano
A divisão especializada no setor automotivo da KPMG divulgou um interessante relatório nesta semana abordando a atual situação do mercado de veículos novos e usados nos EUA. Apesar da análise centrada no país em questão, muitas conclusões também podem ser aproveitadas para atual realidade brasileira.
Tal como observado no Brasil, o segmento de carros usados nos EUA viu uma disparada nos preços devido ao desabastecimento de unidades 0 km nas concessionárias em decorrência da falta de componentes nas fábricas.
Segundo o relatório da KPMG, o índice que acompanha o preço de carros usados nos EUA registra uma alta de 42% entre dezembro de 2019 e outubro de 2021. O fato também é apontado como uma das principais causas para o maior aumento da inflação nos EUA nas últimas três décadas.
Na outra ponta, o preço dos carros novos registrou um crescimento na casa de 11% no período em questão.
De acordo com a KPMG, ainda é difícil estimar quando a situação da indústria automotiva deverá estar o mais perto possível da normalidade, entretanto, segundo o relatório da empresa, a queda nos preços dos carros usados deverá ser “drástica” a partir do momento em que as fábricas estiverem operando de forma regular e o estoque de carros novos retornar aos patamares tradicionais.
É provável, na análise da KPMG, que os preços dos usados nos EUA recue em torno de 30% quando o problema de abastecimento de componentes para as fábricas for superado.
Realidade brasileira
Aqui no Brasil, de acordo com o Monitor de Variação de Preços da KBB relativo ao mês de novembro, foi registrada uma variação média positiva de 21% no preço de usados com 4 a 10 anos de uso.
Ainda segundo o levantamento, carros 2011, por exemplo ficaram 22,9% mais caros no acumulado deste ano. O crescimento de preços dos carros 0 km em 2021, por sua vez, registra média de 8,2% entre os meses de janeiro a novembro.