Guerra na Ucrânia pode elevar preço da gasolina para R$ 9,50, diz especialista
Motivo seria a alta do petróleo desencadeada pelo conflito
Como já foi possível observar ao longo da última quinta-feira, a deflagração do conflito entre Rússia e Ucrânia deverá trazer impactos consideráveis na cotação internacional do petróleo.
Atualmente a Rússia é o segundo maior produtor de petróleo do mundo, com capacidade de extrair mais de 10 milhões de barris por dia.
Na manhã de ontem, 24, o preço do barril de petróleo Brent alcançou US$ 100,04 pela primeira vez desde setembro de 2014 e as projeções realizadas por especialistas indicam que este valor pode atingir os US$ 120 até o final de fevereiro, aponta Ricardo Lerner, executivo do setor de logística de combustíveis e CEO do Gasola, empresa focada em realizar negociações entre transportadoras e postos de combustíveis.
De acordo com o especialista, como consequência dos desdobramentos econômicos gerados pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia, os preços dos combustíveis terão reajuste de até 10%, sendo que projeções indicam que os consumidores brasileiros chegarão a pagar, em média, até R$ 9,50 pelo litro da gasolina comum.
Em relação ao diesel, com sua última alta anunciada dia 11 de janeiro, na qual o preço do diesel subiu de R$ 3,34 para R$ 3,61, as previsões, segundo especialistas, apontam que o valor pode chegar a R$ 6,51 em alguns estados do país.
“Já para os próximos dias prevemos um aumento inicial de aproximadamente 25 centavos no preço do diesel. Isso pode ser apenas o começo de mais uma grande onda de aumento”, analisa Lerner.
“Os impactos nas bombas de combustível irão depender de ações diplomáticas e dos desdobramentos da geopolítica mundial que deixam o mercado volátil e as cotações de dólar instáveis. Essas duas variáveis irão impactar o cálculo de preço do combustível e mudanças no cenário internacional impactam o mercado nacional, de acordo com o preço de paridade de importação (PPI) praticado pela Petrobras desde 2016, o que significa que a definição dos valores cobrados nas destilarias de petróleo serão a mesma da cotação no mercado internacional, onde a tendência é de aumentos consideráveis”, finaliza o executivo.