Como explicar o fenômeno Jeep Compass?
Em um ano de mercado, modelo já lidera as vendas entre os SUVs no Brasil
O ano de 2017 não poderia ser melhor para a FCA no Brasil, em especial para a marca Jeep.
Lançado no fim de setembro de 2016 com as vendas a todo vapor começando nas concessionárias no mês seguinte, o Jeep Compass conseguiu um feito extraordinário e digno de nota, já que há muito tempo não se via uma novidade no mercado capaz de registrar uma procura tão intensa.
Bastou apenas um ano para o Jeep Compass alcançar não só a liderança do segmento de SUVs médios ao qual pertence, mas também tomou a dianteira da categoria dos utilitários esportivos de maneira geral.
Como você pode conferir em nosso levantamento, o Jeep Compass emplacou 49.196 unidades ao longo dos 12 meses de 2017, ficando na frente do Honda HR-V por 1.415 unidades no balanço do ano. O Compass superou com muita folga seu primo menor, o Renegade, que registrou um volume total de 38.348 unidades no ano passado.
Mas o que explica esse apetite dos brasileiros pelo Jeep Compass, modelo que hoje parte de R$ 107.990?
Para começarmos nossa análise, é interessante destacar alguns valores até mesmo subjetivos envolvendo o Compass, como a própria marca Jeep. É inegável que a fabricante tornou-se ao longo dos anos o próprio sinônimo de veículos off-road, tanto que temos até a palavra “jipe” figurando no dicionário como um sinônimo de “pequeno veículo motorizado, versátil, de tração nas quatro rodas, criado para fins militares na Segunda Guerra Mundial e aproveitado posteriormente em serviços rurais”, classifica o Houaiss.
Soma-se a isso o status que a marca norte-americana ganhou aqui no Brasil, sobretudo após a abertura às importações na década de 1990 e a fama que o Jeep Grand Cherokee ganhou graças à predileção de jogadores de futebol e outras celebridades pelo modelo.
Indo para uma análise do produto em si, é inegável que o Compass traz um conjunto muito mais interessante do que o Renegade. No interior, por exemplo, o Compass é capaz de acomodar com muito mais conforto 5 adultos do que o Renegade, sendo que o SUV compacto está longe de oferecer uma área muito ampla para as pernas dos passageiros do banco traseiro. Também podemos colocar nessa conta a questão do porta-malas. Enquanto o Renegade leva 273 litros de bagagem, o Compass oferece um volume de 410 litros no porta-malas, portanto levando os objetos de uma maneira mais folgada no compartimento.
Também é interessante destacar a sacada da Fiat Chrysler em oferecer uma motorização diesel para o Compass, algo raro no segmento aqui no Brasil e que atraiu muitos consumidores sobretudo das regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste que têm predileção por esse tipo de propulsor. A opção 2.0 diesel conta com uma participação alta dentro das vendas do Compass, gravitando na casa dos 35% da procura pelo modelo.
Em conjunto com o motor a diesel, a presença da tração 4x4 com reduzida e o câmbio automático de 9 marchas, o que evoca tecnologia frente ao público, são argumentos de vendas importantes para o Compass. A ideia, segunda a própria Jeep sempre destacou, é que cabe ao Compass diesel figurar como uma alternativa aos consumidores pensando em modelos mais luxuosos como o Audi Q3, BMW X1 e Mercedes-Benz GLA (em versões a gasolina ou flex de tração dianteira), que podem enxergar no Compass uma alternativa mais robusta e ainda com um bom nível de “presença” pelas ruas.
Para um público mais urbano, o Compass diesel desponta até mesmo como a possibilidade de conhecer mais a fundo esse tipo de motos, já que, ao contrário de mercados como o europeu ou o norte-americano, a lei impede que carros de passeio contem com propulsores desse tipo. O baixo consumo e a melhor autonomia, aliados ao custo menor do diesel sobre a gasolina, tornam o custo por quilômetro rodado mais vantajoso em um carro a diesel, portanto é uma boa opção para aqueles que usam o carro por distâncias mais longas que a média.
Em paralelo a isso, as opções 2.0 flex, sobretudo a de entrada Sport, nos mostra que o fator preço é muito relativo quando falamos de um automóvel. Ele está longe de ser barato, já que é preciso gastar mais de R$ 100.000 se você quiser estacionar um Compass na garagem de casa, mas pelo conjunto que ele é capaz de entregar (e o status, é claro), muita gente se mostra disposta a investir no modelo.
Voltando à linha de nossa análise subjetiva, também conta a favor do Compass o bom padrão de acabamento interno, algo que o Renegade também trouxe à categoria dos SUVs compactos e fez muita gente se mexer na categoria. Vale lembrar que o Compass também oferece um alto nível de equipamentos de segurança e assistência a condução. Em seu “Pack High Tech”, oferecido nas versões Limited e Trailhawk, é possível encontrar recursos como o controlador de velocidade adaptativo (ACC), alerta de mudança de faixa, aviso de colisão frontal, farol alto com comutação automática, dentre outros itens. Na versão Trailhawk, pacote opcional custa salgados R$ 14.550.
Por fim, a equipe de design da FCA também foi muito feliz no porte e nas formas do Compass. Com um aspecto robusto e elegante ao mesmo tempo, o Compass ainda oferece um visual bem arrojado graças ao seu projeto moderno. Enfim, podemos dizer que o Compass reúne quase todos os atributos que os consumidores buscam em um SUV, estando aí a razão para tanto sucesso do Jeep no mercado.
Procurada pelo AUTOO, a FCA se manifestou sobre o assunto por meio de Alexandre Aquino, gerente de marketing de produto da Jeep. De acordo com o executivo, o sucesso do Compass no Brasil está muito ligado com a oferta de produtos no segmento. "Havíamos identificado antes do lançamento uma significativa demanda reprimida no segmento de SUVs médios, que estava sem novidades relevantes há algum tempo. Além disso, a liderança do Compass entre todos os utilitários esportivos é espelho do comportamento do consumidor brasileiro, que está fazendo o segmento de SUVs crescer rapidamente em participação, acompanhando uma tendência que já era forte ao redor do mundo. Se em 2016 eles representavam 18% do mercado total, no ano passado os SUVs tomaram 22,3% do universo de automóveis, participação que aumentou 10% e conduzindo os SUVs ao posto de segundo maior segmento no Brasil. E esse movimento continua ascendente", declarou o gerente de marketing da Jeep.
Por tudo isso, 2018 deverá ser um ano de vendas ainda melhores para o Jeep Compass. E você, na sua opinião qual é o segredo para o Compass vender tanto em nosso país? Deixe suas ideias nos comentários logo abaixo da reportagem!