Com fábricas paradas, S10 é Chevrolet mais vendido em julho
SUV Tracker cai de 3º para 8º modelo mais emplacado da marca, que ainda vê o Onix perder terreno para rivais
A crise dos chips está causando dores de cabeça na indústria automobilística brasileira, mas nada se compara ao terremoto que se abateu sobre a Chevrolet até aqui.
A marca norte-americana tem sido afetada brutalmente por conta da falta de componentes e por isso linhas de montagem importantes estão paradas há várias semanas.
O reflexo pode ser notado com clareza nas vendas em julho. Até esta quinta-feira, a marca tinha emplacado menos de 7,1 mil unidades, faltando uma semana para o fim do mês. Em janeiro, para se ter uma referência, ela vendeu 26,6 mil carros.
A situação inusitada tem feito seus modelos apresentarem um comportamento de vendas inesperado. Enquanto veículos bastante procurados registram poucos emplacamentos, carros como o Cruze até apresentam crescimento.
Num cenário normal, o Onix lidera com folga o ranking interno da GM, seguido do irmão sedã, o Onix Plus. Já o SUV Tracker é o terceiro modelo mais emplacado. Pois em julho, o hatch compacto é apenas o segundo colocado e o Onix Plus, o 4º. Pior situação vive o utilitário esportivo, apenas na 8ª colocação.
Enquanto isso, a Spin está em 3º, com vendas 20% mais altas que em janeiro. A líder entre os modelos da Chevrolet é a picape S10, com 2.984 unidades emplacadas, alta de 18,4% até aqui (comparado ao primeiro mês do ano).
Volta por cima
Trata-se de um momento em que a empresa tem focado no longo prazo enquanto perde terreno para suas rivais de forma acelerada – o Onix já foi superado pelo HB20, Argo, Renegade e Mobi entre os automóveis.
A marca acaba de anunciar o lançamento de quatro modelos em 2021 e um dos motivos da falta do Tracker no mercado é justamente a parada na produção em São Caetano para preparar a fábrica para a chegada da nova Montana, picape que terá o porte da Fiat Toro.
Já a retomada das linhas de montagem do Onix e Onix Plus em Gravataí deve ocorrer no dia 16 de agosto, segundo informações do sindicato local.
Vale lembrar que a fábrica no Rio Grande do Sul está com a produção suspensa desde 5 de abril, ou seja, serão mais de quatro meses parada, algo impensável em se tratando de produtos com tanta demanda.
Certamente, a volta ao normal não será algo imediato diante da escassez mundial de componentes, mas espera-se que o mercado de veículos novos no Brasil deixe de apresentar tantas distorções nos próximos meses.
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