Com CVT, Nissan March se destaca entre os hatches automáticos
Modelo conta com a transmissão mais sofisticada entre os rivais diretos
Um tipo de transmissão mais cara, e por esse motivo reservada somente a modelos mais caros como sedãs médios a exemplo do Toyota Corolla, o câmbio automático do tipo CVT (relações continuamente variáveis) finalmente desceu ao patamar de entrada do mercado graças à Nissan, que resolveu quebrar esse paradigma e aproveitou a linha 2017 para anunciar a estreia desse tipo de câmbio em sua gama de compactos, no caso com o Versa, já avaliado pelo AUTOO, e o March, que tivemos a oportunidade de testar agora.
No caso do hatch, a transmissão CVT é oferecida nas versões SV, com preço de R$ 54.090, e SL, como a que você confere nas fotos e no vídeo, que chega às lojas por 58.390. Claro que o valor é elevado, porém é importante destacar que só a caixa CVT representa um acrescimo de R$ 4.800 em relação ao March SL manual. Claro que a diferença é grande, porém, se levarmos em conta que a Toyota cobra R$ 4.430 de diferença entre as versão XLS manual e automática (R$ 58.470) do Etios, que no caso é um câmbio bem mais simples, com apenas 4 marchas, fica claro que a Nissan conseguiu dar uma boa competitividade à caixa CVT no March e não justifica a Toyota cobrar tão caro no caso do Etios.
Além do custo-benefício competitivo, como vimos até agora, outra vantagem do March SL CVT sobre o Toyota Etios XLS, dois dos melhores hatches pequenos automáticos na opinião do AUTOO, diz respeito ao motor 1.6 16V. Bem eficiente e com comando de válvulas variável, o propulsor do Nissan entrega potência próxima à do Etios 1.5, no caso de 111 cv contra 107 cv do Toyota, porém é no torque que a coisa muda de figura. Enquanto o 1.5 16V da Toyota para nos 14,7 kgfm com etanol, o 1.6 do March atinge 15,1 kgfm.
A bordo do March, as respostas são bem espertas tanto nas acelerações como nas retomadas. Se você precisa de mais desempenho, como em uma subida muito inclinada ou em uma ultrapassagem, é possível desligar a função Overdrive do câmbio CVT por meio de um botão na alavanca, o que ajuda a dar mais fôlego às respostas do March. Uma solução bem interessante. De qualquer modo, o CVT trabalha com a sua tradicional eficiência, mantendo os giros altos quando é necessário ganhar velocidade rapidamente e procurando mantê-los baixos quando o carro está em velocidade constante. Não há nenhuma perda de tração e a condução é extremamente confortável, uma vez que não há trocas de marchas, porém essa linearidade do funcionamento não é unanimidade e por isso o CVT ainda encontra alguns críticos.
Mas a vantagem do CVT é nítido quando analisamos os números de consumo. Segundo o Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular, o March SL CVT alcança parciais de 11,7 km/l na cidade e 14,5 km/l na estrada com gasolina, números que ficam em 11,9 e 13,2 km/l, respectivamente, no caso do Etios XLS automático com o mesmo combustível.
O March segue com a boa qualidade de rodar notada desde o modelo mexicano, que na versão SL é ajudada pelas rodas de liga leve aro 16”. Ao contrário do que pode parecer, a Nissan não exagerou nas dimensões e as rodas, até que grandes para a categoria do March, não comprometem o conforto. A direção elétrica também é bem calibrada tanto no peso quando nas respostas, não parecendo nem rápida demais e sequer devendo em agilidade a cada movimento do volante. Um ponto que o March evoluiu muito foi no isolamento acústico, item amplamente revisto com a adoção do câmbio CVT e muito bem-vindo.
R$ 58.990 Hatch compacto Volkswagen Gol, Hyundai HB20, Ford Ka, Chevrolet Onix 22.940 unidades 1.6 16V, flex 111 cv (E)/(G) a 5.600 rpm 15,1 kgfm (E)/(G) a 1.700 rpm Automática, CVT 3,82 m de comprimento, 1,67 m de largura, 1,52 m de altura e 2,45 m de entre-eixos n/d 265 litrosNissan March 1.6 SL CVT
Resumo
Preço
Mecânica
Motor
Dimensões
Medidas
Entre os equipamentos, só podemos dizer que falta revestimento de couro no March SL, fora isso ele não deve em nada considerando o preço médio dos rivais nas mesmas condições. O March SL se destaca pelo ar-condicionado automático digital e a ótima central multimídia com tela de 6,2” que traz navegador integrado e câmera de ré. Se ainda não conta com os sistemas CarPlay e Android Auto, ao menos a função Multi-App permite controlar alguns aplicativos do smartphone, como o Waze, diretamente na tela da central multimídia.
Com uma construção bem peculiar, que valoriza o formato vertical, o March oferece espaço aceitável para 4 adultos, sendo que, nesse ponto, é inegável que o Etios é um pouco mais camarada para os passageiros do banco traseiro. O porta-malas de 265 litros é suficiente para uma viagem com poucas bagagens e deixa claro que o foco do March é o uso urbano.
Para quem procura um hatch compacto automático, fica fácil apontar o Nissan March como a melhor escolha atualmente na categoria. Com um conjunto mecânico muito competente, o modelo anda bem sem exagerar no consumo, entrega o conforto do câmbio automático e vai bem quando o assunto é custo-benefício. Geralmente encontrada em modelos maiores e mais caros, como o Honda Fit, a transmissão CVT é, disparada, uma das melhores frente à concorrência do March. Vale a pena optar por ele!