Citroën C3 Aircross Shine encara o rival Honda HR-V EXL em briga de SUVs
Modelo da marca francesa e o forte concorrente mostram uma série de prós e contras no dia a dia
Não só de Hyundai Creta e VW T-Cross vive o segmento de utilitários esportivos compactos, os líderes de vendas. Também há aqueles que não são campeões de audiência, mas têm várias qualidades, como é o caso do Honda HR-V EXL (R$ 162.300) e o Citroën C3 Aircross Shine (R$ 128.590). O primeiro mudou de geração em outubro de 2022 e o outro foi lançado no final do ano passado. Vamos ao que cada um oferece nessa briga.
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Não é à toa que o Honda HR-V tem uma diferença de mais de R$ 30 mil na comparação com o C3 Aircross Shine. Ao volante do modelo da marca japonesa fica claro que existe mais qualidade de acabamento, solidez e segurança. Fizemos uma longa viagem de ida e volta entre São Paulo e Visconde de Mauá (RJ) ao volante do SUV e não faltou estabilidade nas curvas, boa visibilidade e eficiência do conjunto mecânico.
O motor 1.5 flex, de 126 cv e 15,8 kgfm de torque a 4.600 rpm, mostrou ter fôlego razoável e suavidade de funcionamento em qualquer situação mesmo pisando mais forte no acelerador. O câmbio automático CVT, que simula até 7 marchas, também deu conta do recado, com relações bem escalonadas. Além disso, a suspensão absorveu bem as irregularidades do piso e manteve o carro sempre firme.
MELHOR QUALIDADE DO HR-V FICA EVIDENTE
No caso do Citroën C3 Aircross Shine, a situação é um pouco diferente. Até sobra fôlego ao 1.0 turboflex, de 130 cv e 20,4 kgfm de torque a 1.700 rpm, que também funciona com caixa CVT de 7 marchas. A questão é que falta (muito) isolamento acústico, já que se ouve detalhes do funcionamento do motor, além de ficar claro que a rigidez torcional da carroceria precisa melhorar.
Apesar de mais desajeitado, o C3 Aircross acaba sendo um carro com melhor relação peso/potência, de 9,4 kg/cv ante 10,4 kg/cv do HR-V, o que leva a uma aceleração de 0 a 100 km/h em menos tempo: 9,7 contra 11,8 segundos . Mas, mesmo 100 kg mais pesado, o Honda consegue gastar menos combustível, conforme dados do Inmetro. Faz 8,8 km/l de etanol na cidade e 9,8 km/l na estrada, dados que mudam para 7,4 km/l e 8,6 km/l do C3 Aircross, respectivamente.
Até girando a direção do C3 Aircross é possível ouvir o funcionamento do motor elétrico, o que não acontece no HR-V, que tem um silêncio exemplar, além de uma ergonomia bem melhor que do Citroën. Por menos custo, a marca francesa inclui vários comandos meio escondidos na parte inferior esquerda do painel, além de algo que não via há algum tempo, comandos dos vídros traseiros atrás da alavanca de freio de estacionamento, no console central.
Outro ponto que incomoda no C3 Aircross é que a chave não é do tipo canivete, que é bem mais elegante e prática de guardar, detalhe que deverá mudar em breve, uma vez que a fabricante já se posicionou sobre o assunto na Índia, onde o Citroën também é vendido, e isso logo se aplicará ao Brasil também.
A maior simplicidade do Citroën ainda é notada pelo plástico duro no painel e pela ausência de itens de conforto e comodidade que se espera em um carro que beira os R$ 130 mil, como carregador de celular por indução e ar-condicionado digital, que estão presentes do Honda e com méritos, por estarem bem posicionados e funcionarem com perfeição.
Na hora de pegar a estrada, o problema do HR-V é que o porta-malas não é dos maiores, com 354 litros, ante 493 litros do C3 Aircross, na versão de cinco lugares. Entretanto, mais uma vez, a questão da segurança do Honda vem à tona, com freios a disco nas quatro rodas, alerta de ponto cego, assistente de farol alto, frenagem automática de emergência, entre outras assistências ao motorista.
VEREDICTO
Vale a pena pagar pelos R$ 30 mil a mais de diferença que custa o Honda HR-V ELX em relação do Citroën C3 Aircross Shine? Sim, tanto é que as vendas do modelo da marca japonesa estão bem na frente do rival, com 13.991 unidades acumuladas de janeiro a abril do HR-V ante 2.053 do C3 Aircross, conforme os dados do Denatran.
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