China vendeu 100 vezes mais carros elétricos que o Brasil
Em 2021, foram 3,52 milhões de unidades, número 80% maior que a soma de todos os veículos leves emplacados no Brasil no ano passado, poluentes ou não
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O Brasil terminou 2021 com o recorde de 35 mil carros eletrificados, soma de modelos puramente elétricos com híbridos. Trata-se de um aumento expressivo de 77% em relação a 2020, quando haviam sido emplacados 19,7 mil unidades, segundo a ABVE, entidade que representa o setor.
Parece algo sensacional e um sinal de que nosso país entrou de cabeça na mudança da matriz energética nesse aspecto, mas basta um breve olhar para a China para constatarmos que estamos bem atrasados.
O mercado de veículos chinês é o maior do mundo há tempos, mas a presença de modelos eletrificados é ainda mais impressionante. Segundo números divulgados pela indústria, foram vendidos nada menos que 3,52 milhões de elétricos puros e híbridos no país no ano passado ou 100 vezes nossa marca.
São 79% mais unidades que o Brasil emplacou em todas as categorias de veículos leves, incluindo obviamente os movidos a combustão. O incremento de 2020 para 2021 foi de 158% ou o dobro do Brasil.
Soma da Fiat, Jeep e Citroën
Só a BYD, líder entre os elétricos, vendeu mais de 600 mil NEVs (New Energy Vehicles, ou Novos Veículos de Energia, como são chamados na China). São tantos carros que é preciso somar as vendas da Fiat, Jeep e Citroën para chegar ao mesmo patamar no Brasil.
Proporcionalmente, os elétricos representaram 13,4% de todas as vendas de automóveis no gigante asiático, ou seja, há muito o que avançar ainda, mas nada comparado ao nosso país, onde os 35 mil elétricos de 2021 tiveram uma participação de míseros 1,8% dos emplacamentos.
Números tão superlativos têm um fator extra: a China não está introduzindo veículos elétricos pelo “topo”, quer dizer, carros de luxo que possuem uma clientela que pode bancar seu elevado preço (por enquanto). Lá a opção pelo veículo não poluente também está à disposição do consumidor comum.
Elétrico popular
Não é por menos que o modelo elétrico mais vendido é o Wuling Mini EV, um pequeno carro urbano com preço de cerca de R$ 30 mil.
Quase 400 mil desses carrinhos elétricos foram vendidos no ano passado, sobretudo para um público formado por mulheres com menos de 35 anos. Mas há espaço para os famosos Tesla e os novos ID, da Volkswagen, assim como produtos chineses de startups como a NIO e a XPENG, como mostrou o site Autocar.
E se você ficou chocado com os números do ano passado, saiba que as previsões da “Anfavea” chinesa, a CPCA, são de que as vendas de elétricos devem beirar 6 milhões de unidades em 2022. Isso, claro, se não faltarem componentes eletrônicos.
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