Chevrolet Tracker usado tem preço de VW Gol 1.0 e poder de SUV raiz
Primeira geração traz tração 4x4 de série; saiba como é o mercado do modelo hoje em dia
Importado da Argentina para o Brasil em 2001 em versão única, o primeiro Chevrolet Tracker era na verdade o clone do Suzuki Grand Vitara. Por aqui, chegou a concorrer com nomes de peso como Mitsubishi Pajero TR4.
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No caso do SUV da Chevrolet, este era movido pelo motor 2.0 da Mazda, que rende apenas 87 cv e 22 kgfm a 2.000 rpm, associado ao câmbio manual, de cinco marchas. É insuficiente para empurrar seus quase 1.500 kg de peso, o que deixou muitos donos insatisfeitos.
A solução chegou logo em 2002, quando passou a ser equipado com o propulsor 2.0 da francesa Peugeot, que garantia até 108 cv e 25,5 kgfm a 1.750 rpm.
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Com o novo motor, ganhou em desempenho fazendo de 0 a 100 Km/h em 13 segundos, ante os longos 21,7 segundos da versão 2001. Em 2004, o Tracker se despediu do mercado brasileiro em virtude do dólar, que estava subindo muito e inviabilizando a continuação da importação do modelo. Entre 2001 e 2004, foram vendidos apenas 1.812 exemplares.
O modelo da GM só voltou a ser importado para o Brasil em 2006, graças à queda do dólar. Tinha a mesma cara das primeiras unidades vindas para cá, porém seu motor 2.0 16V a gasolina de 128 cv era novo.
Com um projeto defasado, ainda que bem elaborado, atrelado ao preço mais elevado do que a concorrência, a primeira geração do Tracker durou até 2009, encerrando de vez a história de sua primeira geração.
PONTOS CRÍTICOS DO TRACKER PARA CHECAR COM ATENÇÃO
Imagem: Divulgação
1- Acabamento
Apesar de bem-acabado, o plástico em tom claro, presente no forro das portas, painel e principalmente a tampa do porta-malas, são lisos e sensíveis. Qualquer descuido pode gerar riscos permanentes. Por isso, veja se o antigo dono teve esse cuidado.
2- Luz amarela no painel
Tome cuidado com uma luz amarela que acende no painel, principalmente nos modelos 2002 até 2004. A luz “Checo Engenhe” costuma acender com frequência indicando a falta de manutenção de componentes como, por exemplo, bico injetor entupido, borra no bloco do motor, sujeira no turbocompressor, carbonização no tubo de junção do escapamento, entre outros problemas provenientes do diesel de má-qualidade.
3- Câmbio
Cheque no manual do proprietário se há carimbos de revisões da tração 4x4. O mau uso e até mesmo uma manutenção malfeita ocasiona o desgaste prematuro do platô, disco e rolamento. Mesmo assim, durante o teste, avalie se há indícios de vibrações ou a patinada da embreagem.
4- Estepe
Mesmo quando o Tracker era novo, na época muitos donos chegaram a reclamar muito do suporte do estepe que, com pouco tempo de uso, acaba surgindo uma pequena folga gerando ruídos. Isso é um problema muito comum em SUVs que tem o pneu sobressalente preso atrás da tampa do porta-malas.
5- Suspensão traseira
Com o tempo, os tirantes da suspensão traseira podem apresentar amolecimento da bucha da borracha, aumentando a movimentação da suspensão e, por sua vez, afetar a dirigibilidade do veículo. Esse defeito foi constatado pela GM que anunciou um recall em 2003 envolvendo os Tracker ano-modelo 2003 e 2004 (fabricados de 2/6/2003 a 10/10/2003).
QUAL VERSÃO DO TRACKER VALE MAIS A PENA?
Imagem: Divulgação
Se você está pensando em comprar um jipe tanto para andar nos trechos urbanos quanto rurais e não quer investir muito, por que não optar por um Chevrolet Tracker? Quer algumas vantagens?
Apesar de ser um modelo meio esquecido e difícil de ver nas ruas, achá-lo nos principais sites de classificados não é uma missão impossível. Muito pelo contrário. Para a nossa surpresa, achamos boas ofertas. Logicamente, a única questão que acaba afastando alguns mais comedidos é com relação a algumas peças difíceis de achar, sobretudo nas primeiras versões a diesel.
A dirigibilidade é um dos pontos fortes do modelo. A direção é leve e precisa e não requer muito esforço, mesmo em balizas apertadas. Outra qualidade está no bom pacote de itens de série. Ele já vem completo de fábrica com ar-condicionado, direção hidráulica, volante com regulagem de altura, trio elétrico, freios ABS com distribuição eletrônica EBD (Sistema de distribuição eletrônico de frenagem), air-bag duplo, tração 4X4 com reduzida e até teto solar.
Além disso, a carroceria e o conjunto mecânico do Tracker são montados sobre chassi - e não monobloco como no Ford EcoSport - se tornam úteis para quem não tem medo de meter os pés, ou melhor, os pneus na lama.
A dica é evitar comprar o Tracker fabricado em 2001. Seu motor é fraco nas retomadas, apesar de contar com turbo de série. Rende apenas 87 cv. Se você gosta de agilidade no trânsito, dê preferência aos anos-modelos 2007-2008, que passaram a contar com o motor 2.0 16V a gasolina mais potente para a proposta do carro. O desenho é o mesmo e a diferença de preços entre os anos é pequena. Além disso, a versão a gasolina também é melhor de revender.
Para este modelo que estou mencionando, o valor médio encontrado é de R$ 40 mil, a mesma quantia pedida por um Volkswagen Gol 1.0 City 2015.