Chevrolet encerrará produção do Cruze na Argentina no final do ano
Sedã e hatch serão 'substituídos' pelo Tracker que terá maior volume na linha de montagem
A Chevrolet anunciou que encerrará a produção do Cruze na fábrica da empresa na Argentina no final de 2023. Tanto o hatch como o sedã serão descontinuados após oito anos na linha de montagem do país vizinho.
O comunicado da marca também destacou que o SUV Tracker terá a produção aumentada na unidade, para atender a grande demanda do segmento - parte da produção é direcionada ao Brasil, inclusive.
Nos últimos anos, o Cruze tem enfrentado um declínio constante nas vendas no mercado brasileiro. De acordo com o número de emplacamentos, em 2012 foram comercializadas 39,5 mil unidades da versão sedã e 13,1 mil do hatchback. No entanto, em 2017, esse número já havia caído para 19,2 mil unidades vendidas no modelo de três volumes e 7,3 mil no hatch. Em 2022, os dois veículos não somaram 10 mil emplacamentos.
Essa redução significativa nas vendas do Cruze reflete as mudanças nas preferências dos consumidores e a crescente demanda por SUVs, que têm se tornado mais populares no mercado automotivo. Isso foi visto anteriormente nos EUA, onde o Cruze foi substituído pelo Chevrolet Trax pelo mesmo motivo.
Em resposta a essa queda de vendas do Cruze, a General Motors de Santa Fé, na Argentina, aumentará os volumes de produção da Tracker, modelo que em maio deste ano teve a unidade de número 25.000 fabricada na sede argentina.
Apesar da retirada do mercado, as peças de reposição do Chevrolet Cruze ainda estarão disponíveis para compra por 10 anos após o término da produção do modelo, segundo a empresa.
Cruze durou mais do que o esperado
Substituto do Vectra, o Cruze chegou ao Brasil no início da década passada na geração desenvolvida na Coreia do Sul. O modelo foi fabricado em São Caetano do Sul e teve uma boa aceitação apesar de disputar terreno com o Civic e Corolla, que dominam o segmento.
O hatch, no entanto, teve um início de vendas mais promissor, chegando a liderar seu segmento em 2013. Mas a categoria de hatches médios já estava condenada nos anos seguintes.
Em 2016 a General Motors fez uma jogada ousada: trouxe a nova geração do Cruze praticamente ao mesmo tempo em que a lançava nos EUA. O modelo, entretanto, passou a ser produzido na Argentina, encerrando um longo protagonismo da filial brasileira com automóveis de porte médio.
Embora moderna, a atual geração acabou sofrendo com o esvaziamento progressivo causado pelos SUVs. Ainda assim, a montadora manteve ambos em linha por mais tempo do que o esperado. O encerramento da produção foi antecipado por um jornalista argentino em abril.