Chevrolet Agile usado é econômico e tem preço de churrasqueira a gás
Hatch esconde boas qualidades, mas coleciona defeitos; saiba o que os donos mais reclamam
O Chevrolet Agile é um daqueles carros que quase ninguém pensa em ter, mas espere até você conhecê-lo. Espaçoso e bem equipado, o hatch chegou em 2009 vindo da Argentina.
A ideia era renovar a linha da marca, que estava defasada com Celta e Classic, mas com o atraso do Onix, a GM teve de correr contra a dura concorrência.
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O Chevrolet Agile chegou equipado com motor 1.4 Econo.Flex, o mesmo empregado no Corsa, Prisma e Meriva chegou em duas versões: LT e LTZ. A primeira tem direção hidráulica, ajuste de altura do banco do motorista e do volante, computador de bordo e piloto automático. Já a topo, faróis de neblina, rádio com Bluetooth, vidros e travas elétricas, alarme e retrovisores elétricos. De opcionais, só freios ABS, dois airbags e ar-condicionado.
Entre os concorrentes, o hatch da Chevrolet saía na frente do VW Fox, Renault Sandero e Ford Fiesta em termos de nível de equipamentos. No espaço para bagagens, ele também fazia bonito, com seus 327 litros de porta-malas, superando até mesmo o rival da marca francesa com seus 320 l, que era referência na categoria.
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Em 2012, chegou o ‘traiçoeiro’ câmbio Easytronic, o automatizado que competia com outros mal-sucedidos como o I-motion da VW e o Dualogic da Fiat. A proposta até que era boa, mas devido a recorrentes problemas de trocas de marchas, trepidações e manutenção caríssima, este tipo de transmissão durou pouco.
A partir de 2013, o hatch da Chevrolet ganhou a sua primeira e leve reestilização com novo para-choque, grade e faróis. Atrás, a mudança era mais sutil ainda, concentrando apenas no para-choque redesenhado e lanternas com novas lentes.
Mesmo com suas qualidades, o Agile trazia vários defeitos graves envolvendo a segurança como falha nos freios, luz da injeção eletrônica acesa, entre outros inconvenientes. Além do mais, com a chegada do Onix em 2012, o Agile foi perdendo cada vez mais espaço. Deixou de ser importado em 2014, mas, no seu país de origem, continuou sendo fabricado até 2016.
PONTOS CRÍTICOS PARA CHECAR COM ATENÇÃO
Imagem: Divulgação
1- Acabamento interno
Devido à pressa em lançar o Agile no mercado, os argentinos não se preocuparam em cuidar da qualidade do material do acabamento. Um dos mais comuns apresentados é referente ao tecido das portas que se descolam com facilidade.
2- Suspensão
A suspensão dianteira é alvo constante de insatisfações de seus proprietários. A maioria reclama de ruídos e vazamentos oriundos dos amortecedores. Sendo assim, não há outra saída a não ser a troca do conjunto todo.
3- Ignição
Indicada pela luz permanente no painel, a falha na ignição é um problema antigo do Agile mesmo quando ainda era novo, conforme alguns relatos em sites como o Reclame Aqui . Geralmente o scanner acusa problema de bobina ou do próprio sensor.
4- Freios
A ineficiência do freio do Agile é algo constante entre os proprietários. Alguns reclamam que precisam dar margem de segurança do carro à frente para não bater. Em alguns dos carros apontados, nem mesmo a troca do cilindro mestre foi resolvida definitivamente como mostra o relato de um dono que reclamou no portal Reclame Aqui.
5- Recall
Confira se a unidade do Agile que está comprando já passou por alguns dos recalls: troca do tubo de alimentação de combustível, substituição dos rolamentos das rodas traseiras, filtro de combustível e airbag do motorista. Para mais esclarecimentos, você poderá acessar o site da GM, ligar para 0800-702-4200 ou enviar um e-mail para recallchevrolet@gm.com.
QUAL VERSÃO VALE MAIS A PENA
Imagem: Divulgação
O Chevrolet Agile é um daqueles carros meio esquecidos no mercado de usados, mas se você der uma chance a ele, seu bolso poderá te recompensar. Não vamos negar que ele foi um projeto feito às pressas numa tentativa frustrada da marca em querer renovar uma linha defasada, já que o Onix demoraria para chegar. Era uma época que a GM ia mal das pernas e precisava urgentemente se renovar.
Mas não o subestime. Concordo que ele tem vários problemas, como a baixa avaliação no teste de segurança do Latin NCAP, parte elétrica ineficiente, acabamento precário, mas há qualidades.
O hatch da GM é bem espaçoso, sobretudo para pessoas mais altas, mas esse estilo de hatch anabolizado lhe custou alguns estranhamentos por conta do visual polêmico. Para estacioná-lo, a direção é leve e precisa o suficiente. Com seus 4,06 m de comprimento, qualquer vaga ele consegue se acomodar.
Por conta de seu 1,68 m de largura, ele é estreito e mal cabem três pessoas no banco de trás. Mas se a família for pequena, é tranquilo.
O motor 1.4 8V de quatro cilindros, flex, de 102/97 cv casa bem com o câmbio manual, de cinco marchas, fazendo da dupla quase perfeita. Ela é robusta, simples e tem fácil reparação. Achar peças não é tão difícil, já que o conjunto motriz é dividido com outros modelos mais antigos da linha Chevrolet como o Corsa, por exemplo.
No entanto, o motor exige certa dose de ânimo. Além disso, seu consumo é alto fazendo 6,6 km/l na cidade e 8,2 km/l na estrada rodando com etanol. Na gasolina, os números são um pouco mais animadores com seus 9 km/l no ciclo urbano e 11,7 km/l no rodoviário. Se aparecer um com câmbio Easytronic, esqueça.
Outra dica é esquecer também as unidades sem ar-condicionado, travas e vidros elétricos, que são mais difíceis de serem revendidas.
As versões mais populares são a LT, que podem ser adquiridas por menos que uma churrasqueira Gás Natural Embutir Rapid Sear 30" da Coyote que custa R$ 38.990.