Chevrolet acerta na mão com o Onix

Hatch compacto é bom de dirigir e traz pacote completo de equipamentos, mas, com terá que encarar vários novos rivais

Chevrolet Onix: legítimo sucessor do Corsa | Imagem: Chevrolet

Seu antecessor foi chamado de Blue Macaw (arara azul) até virar realidade como Celta. Já o Onix, que a Chevrolet lança em todo o País a partir do dia 7 de novembro, a regra virou exceção: o codinome do projeto, tirado de uma pedra preciosa, acabou batizando o modelo.

Por falar em exceções, está aí um carro que a montadora americana deve estar orgulhosa de criar. O hatch corrige uma injustiça da empresa ao lançar o Celta há 12 anos. Ele – e não o Celta – é o legítimo sucessor do Corsa de 1994, carrinho que a GM trouxe para o Brasil pouco tempo depois de lançá-lo na Europa e que fez um tremendo sucesso pelas soluções modernas e o visual descolado.

Tal qual o hatch da década 1990, o Onix rejuvenesceu a marca com um design esguio, dirigibilidade aguçada e novidades tecnológicas como o sistema MyLink, o primeiro que traz tela sensível ao toque de série num carro de entrada.

Não é por acaso que o Onix é o mais significativo veículo que a GM lança no Brasil nos últimos anos, isso em meio a uma enxurrada de produtos. Se vender o que promete, o carrinho – e sua versão sedã que chega no início de 2013 – pode colocar a Chevrolet num patamar próximo ao de Fiat e Volkswagen, as duas montadoras que mais vendem carros no mercado nacional.

Quase um monovolume

No primeiro contato com o Onix, tivemos uma ótima referência para saber do que se trata o carro. Ele estava ao lado de um Celta, que ficou minúsculo perto do novo hatch. Ao contrário do criticado Agile, feito numa época em que ainda imperava o corte de custos na montadora, o Onix esbanja fluidez e detalhes saltados na carroceria.

A frente curta e alta e o para-brisa inclinado o deixaram quase como um monovolume. A lateral tem linha de cintura elevada e a traseira, um perfil empinado que lembra, talvez sem querer, o Gol G5, justamente um dos seus maiores rivais. O resultado é satisfatório. Não chega ao acerto do HB20 ou do próprio Gol reestilizado, mas é um carro que se impõe nas ruas.

Abre-se a porta do motorista e surge o primeiro sinal de sua origem. É a maçaneta idêntica ao do Cobalt e da minivan Spin. Sim, o Onix é um parente próximo dos dois por utilizar a plataforma GSV (Global Small Vehicle), que aposentou a já cansada base do Corsa 1.

De certa forma, saber isso ajuda a antever o que encontraremos dentro dele. E não erramos. O Onix compartilha muita coisa com seus irmãos, seja no volante, no painel de instrumentos, acabamento interno ou na posição de dirigir artificialmente alta.

A grande diferença para eles está no sistema MyLink, de série na versão LTZ 1.4 testada no primeiro dia do evento. A tela de LCD de 7 polegadas domina o console central e é sensível – mas não muito – ao toque. Dotado de uma interface amigável, o sistema de entretenimento é, sem dúvida, um bom argumento de vendas, porém, merecia ter a opção de mapa incluída de imediato - a GM informou que o sistema de navegação começa a operar apenas em dezembro. Por enquanto, somente o Onix terá esse trunfo até que o Peugeot 208 seja lançado, em 2013.

Técnica aprimorada

A versão LTZ se diferencia das demais pelos detalhes esportivos como as rodas de liga leve aro 15 e pelos faróis escurecidos. O motor 1.4 é uma evolução dos antigos propulsores da marca e por isso ganhou a designalção SPE/4. Redesenhado para oferecer mais potência e torque com menor consumo, o motor possui 106 cv de potência com etanol e quase 14 kgfm de torque a uma rotação um pouco alta, em 4800 rpm. É um desempenho respeitável, mas a GM ainda ignora recursos mais modernos como bloco de alumínio, mais leve, e comando variável de válvulas. Com as diretrizes do programa Inovar Auto, talvez a montadora precise empregar mais tecnologia em breve para satisfazer as metas do governo – o consumo de combustível do lançamento não foi divulgado.

Se o motor evoluiu, outras partes do carro continuam conhecidas. O câmbio manual é o F15-5 WR, já usado em outros modelos como o Agile e a Spin, porém, com relações de marchas alteradas. Suspensões, freios e direção não têm novidades, mas o conjunto é bem acertado.

Andamos com o Onix 1.4 por trechos rodoviários e a sensação de dirigi-lo foi positiva. O Onix é preciso e ágil nas respostas e o motor deu conta do recado em retomadas com três pessoas a bordo e rodando em piso plano. Em subidas, a falta de torque existe, mas é pequena.

 
 
Chevrolet Onix: legítimo sucessor do Corsa Chevrolet Onix: legítimo sucessor do Corsa
GM vai no embalo das rivais e disponiibiliza decais para o carro GM vai no embalo das rivais e disponiibiliza decais para o carro
Desenhos esportivos também estão disponíveis Desenhos esportivos também estão disponíveis
Traseira lembra demais o Gol Traseira lembra demais o Gol
Versão LTZ é a mais esportiva Versão LTZ é a mais esportiva
Frente segue o DNA da marca, mas é mais agradável Frente segue o DNA da marca, mas é mais agradável
Faróis trazem detalhes azulados Faróis trazem detalhes azulados
Rodas podem ser aro 15 no LTZ Rodas podem ser aro 15 no LTZ
Formato da carroceria é quase o de um monovolume Formato da carroceria é quase o de um monovolume
Chevrolet Onix Chevrolet Onix
Vidro traseiro é pequeno, mas não impede boa visibilidade Vidro traseiro é pequeno, mas não impede boa visibilidade
Lanternas tem ressalto acima do conjunto Lanternas tem ressalto acima do conjunto
Painel é semelhante ao do Cobalt e da Spin Painel é semelhante ao do Cobalt e da Spin
Espaço é bom, mas banco do motorista incomoda pessoas mais altas Espaço é bom, mas banco do motorista incomoda pessoas mais altas
Bancos traseiros: materiais confortáveis Bancos traseiros: materiais confortáveis
Modelo usa a plataforma global GSV Modelo usa a plataforma global GSV
GM se preocupou em oferecer pontos de conexão com gadgets GM se preocupou em oferecer pontos de conexão com gadgets
Sistema MyLink é opcional a partir do LT 1.0 Sistema MyLink é opcional a partir do LT 1.0
My Link permite conexão via Bluetooth My Link permite conexão via Bluetooth
Espaço no banco de trás é bom Espaço no banco de trás é bom
Porta-luvas superior avança no espaço do passageiro Porta-luvas superior avança no espaço do passageiro
Portas têm pouco revestimento de tecido Portas têm pouco revestimento de tecido
Versões mais caras têm banco bipartido Versões mais caras têm banco bipartido
LTZ traz costura em cor mais viva LTZ traz costura em cor mais viva
Com banco rebatido, espaço para carga aumenta consideravelmente Com banco rebatido, espaço para carga aumenta consideravelmente
Porta-malas leva 280 litros, na média da categoria Porta-malas leva 280 litros, na média da categoria
MyLink poderia ter GPS integrado MyLink poderia ter GPS integrado
Abertura da tampa apenas pela chave canivete Abertura da tampa apenas pela chave canivete
Volante é o mesmo dos novos Chevrolet, mas não traz comandos satélites Volante é o mesmo dos novos Chevrolet, mas não traz comandos satélites
Ar-condicionado é manual Ar-condicionado é manual
Tela sensível ao toque, mas não muito Tela sensível ao toque, mas não muito
 
 

O espaço interno é satisfatório, mas nada que se compare a alguns dos concorrentes “inflados” como o Sandero e o Etios. Com 280 litros, o porta-malas está na média do segmento. Apesar do bom pacote de série, o Onix poderia ter como opção comandos satélites no volante e piloto automático, por exemplo.

Morte ao Agile

A chegada do Onix é tratada pela GM como a aposentadoria do Corsa 2, de 2002, mas não é bem essa a missão do hatch. Ele ocupará uma faixa de preços entre R$ 30 mil e R$ 43 mil, o que significa na prática rebaixar o Celta para a categoria de entrada e matar o Agile, hatchback surgido em 2009 apenas como um produto para a marca ganhar tempo enquanto se reorganizava.

Com isso, o Onix tem tudo para virar a primeira opção em hatch compacto na Chevrolet. O único problema é que os inúmeros concorrentes que estão chegando – como o HB20 e o Etios - podem tirar um pouco do brilho da pedra preciosa da GM.

Ficha técnica

Chevrolet Onix 2013 LTZ 1.4 8V flex manual 4p
Preço R$ NaN (12/2019)
Categoria Hatch compacto
Vendas acumuladas neste ano 135.367 unidades
Motor 4 cilindros, 1389 cm³
Potência 98 cv a 6000 rpm (gasolina)
Torque 12,9 kgfm a 4800 rpm
Dimensões Comprimento 3,93 m, largura 1,705 m, altura 1,484 m, entreeixos 2,528 m
Peso em ordem de marcha 1067 kg
Tanque de combustível 54 litros
Porta-malas 280 litros
Veja ficha completa

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