Chery Tiggo 8 Pro: russos avaliam SUV que estreia no Brasil em 2022
Evolução do Tiggo 8 preserva motor 1.6 turbo e agrada por comportamento dinâmico e bom pacote de equipamentos
A CAOA Chery fez importantes lançamentos em 2021, como o Tiggo 3X e o Arrizo 6 Pro. Uma das novidades que podem pintar por aqui no ano que vem é o Tiggo 8 Pro, que será lançado em dezembro na Rússia. E foi lá que os colegas do site Kolesa avaliaram o SUV.
A principal novidade está no design, especialmente na dianteira. Faróis e grade foram redesenhados, seguindo o estilo já adotado em outros modelos da Chery, como o Tiggo 3X. Algumas melhorias também foram realizadas na cabine.
Nada muda no motor 1.6 turbo de 186 cv - que é a única motorização disponível no Brasil. Equipado com uma transmissão automatizada de dupla embreagem de 7 marchas, ele faz com que o SUV vá de 0 a 100 km/h em 8,9 segundos.
Embora o câmbio seja derivado do criticado Powershift utilizado pela Ford, os russos ressaltam que “os engenheiros da Getrag fizeram um ótimo trabalho para se livrar dos problemas crônicos (da caixa), como os atrasos ao pisar fundo no pedal do acelerador repentinamente e os trancos ao dirigir em baixa velocidade, como em engarrafamentos”.
No mercado russo existe ainda uma versão com motor 2.0 de 170 cv, associado a uma transmissão do tipo CVT. Entretanto, são remotas as chances do propulsor ser vendido por aqui.
Veja galeria de fotos do Chery Tigoo 8 Pro
Lista de equipamentos agrada
A lista de equipamentos é bem generosa. Desde a versão de entrada há bancos revestidos em couro ecológico, painel com acabamento emborrachado, porta-malas com abertura elétrica e volante multifuncional.
Na versão mais cara (que deve ter as especificações do modelo brasileiro), o Tiggo 8 Pro ganha duas telas de 12,3 polegadas (para painel de instrumentos e central multimídia, respectivamente), iluminação ambiente e carregador de celular por indução, entre outros itens.
Na Rússia, o Tiggo 8 Pro ainda pode vir com um pacote chamado “Dreamline”. Ele traz uma terceira tela tátil que agrupa os comandos de climatização, teto solar panorâmico e sensor de pontos cegos
Estranhamente, a marca oferece uma variação ainda mais completa do mesmo pacote, só que com as assistências de condução: alerta de colisão frontal, piloto automático adaptativo com função de congestionamento, assistente de permanência em faixa, frenagem autônoma de emergência, leitura de placas de trânsito e alerta de pedestres ou veículos ao abrir as portas.
Cabine bem acabada e espaçosa
Os jornalistas elogiaram a qualidade de acabamento do interior, que mescla o “plástico de toque suave com apliques simulando madeira envelhecida”. Porém, os grafismos do painel não agradaram tanto os russos. “O velocímetro e o conta-giros são rodeados por grafismos que imitam engrenagens, e elas ficam rodando conforme o veículo se move. E isso se torna cansativo”, afirmaram. Outra crítica foi feita para as configurações de exibição do painel, já que os mostradores analógicos só podem ser selecionados no modo Sport.
Os russos elogiaram o espaço interno no banco de trás. “Pessoas de menor estatura podem sentar facilmente com as pernas cruzadas”, afirmaram. Na terceira fileira, há espaço suficiente para crianças e o porta-malas é generoso mesmo com todos os lugares em uso.
Embora a visibilidade não seja lá tão boa (a ponto de os russos apontarem a presença de uma enorme zona de pontos cegos na dianteira do veículo), o sistema de câmeras de 360 graus facilita a vida do motorista e “todas as manobras de marcha a ré podem ser realizadas olhando exclusivamente para a tela”.
Elogios para a estabilidade
Ao volante, os jornalistas afirmaram que a dirigibilidade é previsível, “sem muito entusiasmo, mas também sem falhas catastróficas”.
A estabilidade é boa e o “carro se mantém na trajetória com bastante confiança”. Segundo representantes da Chery na Rússia, a suspensão foi calibrada em conjunto com engenheiros da Lotus. Na prática, o SUV “realiza curvas perfeitamente”, mas a suspensão absorve mal as irregularidades do piso, sobretudo nos bancos de trás.
Em contrapartida, a direção não tem respostas muito rápidas, a ponto de ser necessário girar o volante alguns graus a mais para que o carro realize o movimento desejado, segundo o Kolesa.
O piloto automático adaptativo “funciona de maneira bastante adequada, mantendo precisamente a distância do carro à frente e freia até parar completamente”. O problema está na aceleração, que é excessivamente demorada. Assim, o Tiggo 8 Pro só começa a se movimentar alguns segundos depois de o carro adiante já ter feito isso.
No fim das contas, os colegas do Kolesa afirmaram que “é impossível chamar o Tiggo 8 Pro de ideal, mas a Chery claramente soube como fazer um bom carro”.