Para CEO da BMW, proibição de motores a combustão não é o caminho ideal

Executivo acredita que a medida já definida em alguns países é uma decisão equivocada
Motor V12 da BMW não terá sucessor

Motor V12 da BMW não terá sucessor | Imagem: Divulgação

A BMW tem investido pesado na eletrificação, mas o CEO da empresa, Oliver Zipse, ainda acredita que os motores a combustão são importantes. Segundo o executivo, o uso massivo de elétricos só é possível em alguns países, o que faz com que os motores a combustão ainda sejam importantes levando em conta a escala global.

Em entrevista concedida para a agência Reuters, Zipse disse alguns pontos fazem com que ele pense dessa forma. “Se sua empresa não vende mais motores a combustão, alguém vai vender. Caso o consumidor não possa comprar um carro elétrico, mas precise de um carro, você vai propor que ele continue dirigindo seu veículo antigo para sempre?”, questionou o CEO da BMW. 

O ponto levantado por Oliver Zipse pode ser considerado para a realidade do mercado brasileiro. Por mais que haja mais opções elétricas no Brasil, o preço desses modelos ainda impede que boa parte da população tenha acesso a eles. Outro fator é a baixa oferta de carregadores nos centros urbanos, o que limita o alcance desses carros.

Dessa forma, grande parcela dos consumidores ainda precisa recorrer aos modelos a combustão, sejam eles flex ou até mesmo híbridos. Por isso, caso fosse proibida a venda de carros com propulsores a gasolina ou etanol, o Brasil teria um grande problema para lidar, tanto pelo fator preço quanto pela infraestrutura.

Porém, não é apenas no mercado brasileiro que há poucos carros elétricos acessíveis. Segundo o site Carscoops, o mercado dos EUA também passa por este problema, já que há poucos modelos elétricos abaixo dos US$ 30 mil. Por outro lado, há diversos modelos a combustão ou até mesmo híbridos que custam menos de US$ 20 mil, como a Ford Maverick.

Todos esses fatores mostram que os modelos movidos a combustíveis líquidos devem ter um lugar no mercado por mais algum tempo. A expectativa é que surjam modelos elétricos mais acessíveis nos próximos anos, como GM e Honda prometeram há algumas semanas.

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