Celta 2025? Novo Civic? Entenda as fake news que circulam na internet
Carros lançados no exterior ou criados por inteligência artificial são usados para enganar brasileiros
Você já deve ter visto notícias sobre o Chevrolet Celta 2025 na internet ou sobre outros carros do passado que já saíram de linha e que estariam voltando. Pois saiba que é tudo mentira para ganhar audiência na internet e enganar consumidores incautos.
Recentemente, fotos e vídeos do Chevrolet Aveo vendido no México circularam em sites e contas de redes sociais usando o nome do Celta como chamariz, mas o hatch compacto não será vendido no Brasil. Ele é fabricado na China como SAIC-Wuling 310C e vendido no México desde 2022 sob a marca Chevrolet.
Imagem: Divulgação
Também é comum se deparar com vídeos de um novo Honda Civic com linhas esportivas e interior moderno, mas este caso conta com uma boa dose de inteligência artificial. Detalhes como escritos desconexos e linhas da geração anterior do sedã entregam o uso da tecnologia.
Há contas em plataformas como TikTok e Instagram com milhares de seguidores e que são especializadas nesse tipo de notícia mas sem dizer claramente que se tratam de carros falsos.
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Há também muitos carros verdadeiros, mas tirados de contexto. Um vídeo viralizado neste ano mostra o Volkswagen T-Roc em uma concessionária europeia, mas o título do vídeo e a narração gerada por inteligência artificial falam em um suposto Gol 2025. O SUV, na verdade, é maior e muito mais caro do que um possível hatch compacto.
O mesmo canal mostra fotos de um sedã Toyota criado por IA e que o chama de novo Corolla. Também se aproveita do conceito BZ3, um sedã elétrico criado para o mercado chinês e que não vai chegar ao mercado ocidental tão cedo. Por aqui, uma nova geração do Corolla (de verdade) é o mais provável de acontecer.
Imagem: Divulgação
Mas o que explica tamanha popularidade de assuntos irreais como esses? Uma das hipóteses é que se trata de um fenômeno auto alimentado. Em busca de novidades empolgantes, muitos acabam curiosos por notícias surpreendentes e acabam visitando esses sites e perfis.
Algoritmos registram o interesse crescente e destacam links sem que seja feita qualquer checagem sobre a veracidade do assunto. O ciclo vicioso é complementado por indivíduos e organizações sem qualquer compromisso com o jornalismo e que passam a inventar notícias e títulos chamativos.
Quando as pessoas se dão conta que foram enganadas é tarde - sites, buscadores e redes sociais ganham audiência, que se reverte em entrega de anúncios e receita financeira.
Como não cair em fake news em três passos:
- Se informe por fontes confiáveis de jornalismo profissional
- Na dúvida, entre no site da montadora para saber se o carro existe
- Procure por detalhes que entregam que uma imagem foi criada por IA, como letras tortas ou erros de grafia