Carros flex têm primeira queda nas vendas
Modelos com motor bicombustível ainda representam 83% do mercado, mas invasão de importados fez a diferença em 2011
Você se lembra de quando os motores flex começaram a ser vendidos no Brasil? Uma boa parte da população achou que, comprando um carro capaz de admitir o uso de gasolina e álcool estaria economizando e que todos os problemas com os gastos relacionados ao combustível estariam acabados. Pois bem, o preço do etanol subiu, o da gasolina estabilizou e o número de carros bicombustíveis vendidos no Brasil caiu. Segundo a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), o número total de vendas dos veículos que utilizam esse motor baixou pela primeira vez desde a sua estreia.
Em 2011, 2.848.071 unidades foram vendidas (incluindo veículos nacionais, importados e utilitários) com o motor flex, contra 2.876.173 carros em 2010 – melhor marca da história, ano em que o produto foi lançado por aqui - com o motox.
Além disso, a participação desse tipo de veículo caiu pelo segundo ano consecutivo no mercado brasileiro. Em 2011, 83,1% dos carros vendidos dividiam a mesma tecnologia em seus motores contra 86,4% em 2010. A melhor média, segundo a Anfavea, foi em 2009 quando foram emplacados 2.652.000 veículos flex, sendo que a participação no mercado foi de 88%.
Os carros movidos apenas a gasolina somaram um total de 376.998 unidades em 2011 ((entre automóveis e comerciais leves), acumulando uma participação de 11%. Em 2010, porém, foram comercializados 280.704 veículos desse tipo. Já os exemplares abastecidos apenas por etanol somaram 51 modelos em 2011. Por fim, os carros dotados com motores a diesel foram 200.554 em 2011 com 5,9% da participação no mercado do ano passado.
Por que dizer não ao flex?
Uma das razões que respondem a essa pergunta é a alta na venda dos veículos importados. A Anfavea confirmou o aumento da participação desses modelos no mercado brasileiro: foram 853.861 carros importados entre janeiro e dezembro de 2011 contra 657.291 equivalentes a 2010, um aumento de 29,9%.
Assim como nas vendas, a participação dos veículos importados no mercado brasileiro vem crescendo de forma significativa. Em 2009, 15,6% dos veículos licenciados no Brasil eram importados. Já em 2010, esse número passou para 18,8%, enquanto que em 2011 a Anfavea registrou um total de 23,6%. Ao que tudo indica, nem a alta do IPI para os carros importados impedirá o crescimento dos estrangeiros por aqui, ao menos por enquanto.