Carros elétricos crescem no Brasil, mas mercado é quase 60 vezes menor que nos EUA
Pouco mais de 6 mil veículos a bateria foram emplacados em outubro enquanto norte-americanos compraram quase 350 mil unidades em setembro
A Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) celebrou os números punjantes de vendas de carros eletrificados em outubro, um total que chegou a mais de 16 mil unidades, novo recorde do segmento.
A entidade destacou ainda o mercado de veículos elétricos plug-in - que reúne modelos a bateria pura e híbridos plug-in -, dono de um crescimento de 200% nos últimos 12 meses, um sinal que demonstraria que o brasileiro está disposto a deixar o carro a combustão em favor de tecnologias mais sustentáveis.
No entanto, o aparente sucesso não sobrevive a uma comparação com o mercado dos Estados Unidos, onde os elétricos puros andam "em baixa".
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A despeito do movimento em direção aos híbridos convencionais, o público norte-americano em setembro adquiriu nada menos que 346 mil veículos 100% elétricos, segundo o Kelly Book.
Trata-se de um volume quase 60 vezes maior que o Brasil, bem acima do mercado em geral, que é sete vezes o tamanho do brasileiro, contando todos os tipos de veículos.
BYD domina segmento com sobras
O "fenômeno" brasileiro, como se suspeita, é explicado pelo apetite das marcas chinesas, sobretudo a BYD.
A montadora responde por 60% das vendas de eletrícos a bateria e híbridos plug-in, seguida da também chinesa GWM, com 18% de participação.
Entre as marcas tradicionais, a mais bem colocada é a Renault, com míseros 1,2% do bolo em 2024.
O SUV Song é o líder desse recorte que, somando os modelos Pro e o Plus, chega a 19,2 mil veículos entre janeiro e outubro, seguido de outro BYD, o pequeno Dolphin Mini, com 17,8 mil carros emplacados.
São números respeitáveis e que dariam aos dois veículos uma posição de destaque no ranking dos EUA. O Song vende no Brasil mais do que a Volks emplaca do SUV ID.4 no mercado norte-americano.
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A questão é que, ao contrário do nosso país, nos Estados Unidos diversas marcas oferecem elétricos puros, da tradicional Chevrolet a polêmica Tesla, de Elon Musk.
E esse quadro não deverá mudar tão cedo porque o governo brasileiro e muitas montadoras instaladas no Brasil elegeram uma nova "jabuticaba automotiva", o híbrido flex.
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