Carros ''de massa'' vão acabar, declara executivo da Toyota
Responsável pela área de design da marca japonesa prevê uma mudança radical no futuro dos automóveis
“Caixas genéricas sobre rodas”. Essa é a definição que Simon Humphries, responsável global pelo design das marcas Toyota e Lexus, enxerga como serão os carros responsável pelo transporte de massa no futuro. A declaração foi dada pelo executivo durante coletiva no Japão.
Para o executivo, o avanço dos serviços de compartilhamento de veículos fará mudar a necessidade de posse dos automóveis por parte da população em geral. Na análise de Humphries, a criação de frotas de veículos elétricos e autônomos, com estilo semelhante ao de um ônibus ou uma van, vai eliminar a necessidade das pessoas de conduzir um veículo diariamente.
“Por um lado nós veremos esse novo sistema de transporte otimizado, mas também acredito que ainda restará espaço para automóveis convencionais de alto desempenho ou ultra-luxo, esses sim destinados a clientes particulares”, complementa Humpries, que ocupa agora o posto de gerente-geral da área de pesquisa e desenvolvimento e engenharia da Toyota.
Com isso, a tendência é que modelos mais generalistas como o próprio Toyota Corolla saiam de cena em um futuro a longo prazo. “Haverá uma solução emocional e uma solução prática a escolha dos consumidores. Então esses carros de massa, posicionados nesse meio-termo, deverão desaparecer ao longo dos anos”, explica o executivo.
Para caminhar nessa linha, a própria Toyota já trabalha em um conceito de veículo autônomo que pode funcionar como um transporte para vários passageiros ou até se tornar um escritório móvel. A ideia é que esses novos veículos sejam testados a partir de 2020.
Do ponto de vista do design, a eliminação de pedais, volante e demais componentes nos carros autônomos, somado à propulsão elétrica, deverá impactar também fortemente no design dos veículos do futuro, que ganharão a vantagem de uma cabine muito mais ampla para os passageiros. “Até este momento, tudo em um carro do ponto de vista do design estava baseado em um pacote com 100 anos de idade, com um motor na frente do carro e um motorista segurando um volante”, conclui o executivo.