Caoa Chery Tiggo 2 automático agrada no uso urbano
Avaliamos em percurso urbano a novidade da Caoa Chery para o Tiggo 2
Em modelos que já gravitam na faixa de R$ 70.000, a demanda por câmbio automático é algo cada vez mais relevante.
Lançado no fim de março deste ano e marcando a criação da Caoa Chery, o Tiggo 2 finalmente passa a contar com uma opção automática complementando a gama, o que, certamente, deverá aprimorar os números de venda do modelo. Segundo a fabricante nacional, a ideia é que o novo Tiggo 2 automático inicie sua atuação no mercado respondendo por 60% dos emplacamentos, mas a participação da nova configuração em suas duas versões pode chegar a 70%, explica a montadora. De março até o mês passado, como você confere em nosso ranking, a Caoa Chery soma 1.686 unidades vendidas do Tiggo 2 e espera alcançar um volume de 6.000 até o fim deste ano graças à chegada do câmbio automático ao modelo.
A convite da Caoa Chery, o Autoo teve a oportunidade de avaliar o Tiggo 2 automático por um curto deslocamento na cidade de São Paulo com o objetivo de avaliar o funcionamento do câmbio naquele que será um dos principais ambientes de uso do modelo. Assim que possível, faremos também uma avaliação mais profunda do modelo.
Como era esperado, basicamente a única mudança no Tiggo 2 automático em relação ao manual reside exclusivamente no câmbio, no caso uma caixa 4 marchas da japonesa Aisin. Temos aqui a mesma transmissão que a Toyota aplica em alguns de seus modelos, como o Etios e a geração anterior do Corolla nacional.
Em um contexto onde alguns rivais oferecem transmissões com 6 marchas, quando questionada sobre a escolha do câmbio a Caoa Chery é pragmática. “Nós optamos pela caixa de 4 marchas por uma questão de custo. O preço é algo decisivo na faixa de mercado do Tiggo 2, por isso queríamos uma transmissão que nos permitisse manter o valor do Tiggo 2 automático ainda muito competitivo na categoria”, explica Henrique Sampaio, gerente de marketing da Caoa Chery.
Assim como ocorre com o Toyota Etios, graças ao bom motor 1.5 16V de até 115 cv e 14,9 kgfm de torque com etanol que movimenta o Tiggo 2, ele consegue entregar um desempenho aceitável na cidade e as 4 marchas não comprometem tanto assim o consumo. O Tiggo 2 automático, de acordo com o padrão do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular, consegue entregar médias de 10 km/l na cidade e 11,9 km/l na estrada com gasolina. O Tiggo 2 manual, apenas como comparação, registra 10,9 e 12,3 km/l, respectivamente. Um Hyundai HB20X, que conta com motor 1.6 16V e transmissão automática de 6 marchas, alcança médias de 10,1 km/l em ciclo urbano e 11,4 km/l nos trechos rodoviários também com o mesmo combustível.
Dinamicamente, o Tiggo 2 automático segue mostrando a boa evolução que o time de engenharia da Caoa conseguiu conferir ao modelo com base no projeto original do Celer. O Tiggo 2 denota um comportamento e rodar no mesmo nível de seus concorrentes diretos e também não fica devendo nada em relação ao nível de ruído e acerto de direção e suspensão. Aliás, por falar nesse tema, os 18,6 cm de altura em relação ao solo do Tiggo 2 colaboram muito para que ele encare buracos, valetas e demais imperfeições do piso com mais desenvoltura.
Esse bom aspecto construtivo do Tiggo 2 também pode ser notado na parte interna. A Caoa Chery soube selecionar bons materiais plásticos para a cabine do Tiggo 2 e, de uma maneira geral, o acabamento agrada pela composição visual do habitáculo e a ausência de falhas no encaixe ou na finalização das peças. A posição de dirigir e a ergonomia da cabine também são boas.
Como é peculiar à escola chinesa, o Tiggo 2 automático mantém a cartilha do bom custo-benefício. Sua opção mais acessível com a caixa em questão parte de R$ 66.490 e já conta com um bom pacote de equipamentos. O Tiggo 2 Look automático sai de fábrica com ar-condicionado automático, piloto automático, central multimídia com câmera de ré, volante multifuncional revestido em couro, sensor de estacionamento, rodas de liga leve aro 16”, freio a disco nas 4 rodas, dentre outros.
A versão topo de linha, no caso a ACT de R$ 69.990, acrescenta os importantes controles de tração e estabilidade, revestimento interno de couro para os bancos e laterais de portas e até mesmo o teto solar, equipamento raro nessa faixa de preço. A boa notícia é que, por ser fabricado no Brasil, os clientes de Pessoas com Deficiência (PCD) que realizam a compra com isenção podem adquirir as duas versões do Tiggo 2 automático. A Caoa Chery acredita que as versões deverão ter uma procura bem equilibrada, com uma distribuição de 50% do mix para cada uma. “Apesar do valor próximo, a diferença de cerca de R$ 3.000 entre elas é algo que faz diferença na categoria onde o Tiggo 2 está inserido”, analisa o gerente de marketing da Caoa Chery.
Hoje em dia, em termos de preço, o concorrente mais direto para o Tiggo 2 automático é o JAC T40 CVT, que é oferecido nas configurações “Pack 2” de R$ 70.990 e “Pack 3” de R$ 73.990, sendo que só a segunda oferece central multimídia, câmera de ré e revestimento interno de couro. O apelo do JAC T40 também reside na caixa de relações continuamente variáveis (CVT), que é mais eficiente em relação à caixa automática 4 marchas do Tiggo 2. O T40 CVT só aceita gasolina em seu motor 1.6 16V, mas entrega médias de 11,6 km/l no uso urbano e 12,1 km/l na estrada. O JAC T40 CVT ainda tem o reforço do sistema start-stop para colaborar ainda mais com a redução do consumo no anda e para da cidade.
Se olharmos para marcas estabelecidas há mais tempo no mercado, um Hyundai HB20X equivalente ao que Tiggo 2 automático e JAC T40 CVT oferecem exige que você escolha a versão Premium de R$ 71.700, mas ele ainda fica devendo os importantes controles de tração e estabilidade. Na gama Chevrolet temos o Onix Activ automático com preço sugerido de R$ 68.390, porém o revestimento interno é somente com tecido e, novamente, ele não oferece os controles de estabilidade e tração.
Com a missão de oferecer um certo algo a mais em relação aos hatches compactos “aventureiros” ou despontar como uma alternativa mais completa em relação às versões de entrada de SUVs compactos tais como Ford EcoSport e Renault Duster, o Caoa Chery Tiggo 2 automático é um modelo que mostra uma notável evolução para um projeto que nasceu na China. Soma-se a isso o custo de manutenção alinhado com o segmento, no caso de R$ 3.323 somando todas as revisões até 60.000 km, bem como os 5 anos de garantia que a Caoa Chery vai oferecer para o conjunto motor e câmbio do modelo.
A competente engenharia brasileira da Caoa fez um ótimo trabalho e conferiu ao Tiggo 2 o mesmo nível de qualidade construtiva, de acabamento e montagem que encontramos em muitos hatches compactos nacionais. Ele vale a pena a escolha? Com preço competitivo e a Caoa Chery se estruturando cada vez mais no Brasil, o Tiggo 2 automático pode figurar com absoluta certeza em sua lista de intenções de compra.
Ficha técnica
Chery Tiggo 2 2018 ACT 1.5 16V flex automático 4p | |
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Preço | R$ 69.990 (09/2018) |
Categoria | Aventureiro compacto |
Vendas acumuladas neste ano | 4.759 unidades |
Motor | 4 cilindros, 1496 cm³ |
Potência | 110 cv a 6000 rpm (gasolina) |
Torque | 13,8 kgfm a 2700 rpm |
Dimensões | Comprimento 4,2 m, largura 1,76 m, altura 1,57 m, entreeixos 2,555 m |
Peso em ordem de marcha | 1240 kg |
Tanque de combustível | 50 litros |
Porta-malas | 420 litros |