BYD King: sedã híbrido gasta pouco, mas suspensão precisa de ajustes
Rival do Corolla anima pelo conforto, desempenho e baixo consumo, mas exige cautela em valetas, buracos e lombadas
Lançado em junho, o melhor mês de vendas do BYD King foi em novembro, quando o sedã híbrido teve 1.075 unidades vendidas, ocupando a segunda posição no segmento durante o mês, atrás apenas do Toyota Corolla (3.252). O carro tem qualidades e potencial para se dar bem pelo o que notamos no dia a dia, mas vai ser preciso ajudar melhor a suspensão, que sofre com obstáculos pelo caminho.
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Na versão mais equipada GS, o BYD King tem preço sugerido de R$ 187.800, o que é menos que os R$ 199.900 do Toyota Corolla híbrido da linha 2025, que está disponível apenas na versão Altis Premium. Mas o modelo da marca chinesa não consegue ser mais econômico que o rival, mesmo sendo um híbrido, que conta com motor elétrico de 197 cv alimentado por baterias recarregadas pelo sistema plug-in, ou pelo propulsor 1.5, a combustão, de 110 cv.
De acordo com dados do Inmetro, o King pode fazer 16,8 km/l de gasolina na cidade e 14,7 km/l na estrada, ante 18,5 km/l e 15,7 kml/l do Toyota Corolla híbrido, respectivamente. Por ser tracionado por motor elétrico, as respostas ao pisar no acelerador do BYD são mais rápidas, acelerando de 0 a 100 km/h em 7,3 segundos, ante 12 segundos do Toyota.
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Interior confortável, mas faltam alguns equipamentos
Entretanto, o BYD precisa de ajustes tanto na suspensão quanto no sistema de controle de tração. É preciso ter cuidado ao passar por buracos, valetas e lombadas. Além de ser bem fácil raspar a frente do sedã, que tem apenas 12 cm de distância livre do solo, ainda é comum aparecerem batidas secas em piso irregular e mal conservado, o que é comum de encontrar em várias cidades do Brasil, entre as quais se inclui a capital paulista.
Na hora de acelerar, vale regular a pressão no pedal da direita para não perder tração. Além, disso, nas curvas, o BYD King mostra que tem um ajuste mais voltado para o conforto do que para a estabilidade, inclinando a carroceria acima do nível ideal, pelo o que notamos em um caminho sinuoso, em trecho rodoviário.
Em contrapartida, conforto e silêncio a bordo do BYD King não faltam. Ao selecionar o modo híbrido, ouve-se apenas um ruído bem discreto do motor a combustão funcionando. Todos os comandos estão bem posicionados e são fáceis de serem acionados. Bom também é que os bancos de couro são macios e com bons apoios. Ponto positivo também para os porta-objetos e para a central mltimídia, com tela giratória e tela de 12,8 polegadas.
Todos os cinco ocupantes viajam com conforto, com sobra de espaço. O carro tem 4.78 metros de comprimento, 1.84 m de largura e 1.50 m de altura com uma distância entre eixos de 2.72 m. Quem vai atrás tem saídas do ar-condicionado e duas entradas USB convencionais, além de luz de leitura de LED e alças de apoio no teto. No porta-malas vão plausíveis 450 litros.
Na lista de itens de série há câmera de visão de 360 graus, um recurso que tenho certeza que os clientes deste segmento apreciarão. É verdade que o carro não vem com sistemas de segurança altamente avançados, com controle de cruzeiro adaptativo ("piloto automático") ou monitoramento de ponto cego e coisas do tipo, mas ele ainda preenche os requisitos para os itens básicos que seus compradores em potencial procuram e realmente usam.
Mas bem que faltou um GPS que informa a situação de trânsito em tempo real, além de retrovisor interno fotocrômico e um teto solar elétrico. Ao viajar à noite, também faz falta o comutador automático de farol alto. São Itens que a BYD terá que acertar se quiser realmente que o King se torne o "rei das ruas".
Veredicto
O BYD King tem conforto, economia e agilidade no trânsito, mas precisa receber uma suspensão melhor adaptada ao piso lunar que temos em várias vias no Brasil, um controle de tração mais eficiente e equipamentos básicos que um carro que custa quase R$ 190 mil precisa ter.