BYD King? O único rival do Corolla é o Corolla Cross
Sedã híbrido plug-in chinês recém chegado ao Brasil tem bons argumentos técnicos a seu favor, mas daí a superar o modelo da Toyota é outra história
Muitos vieram, muitos se foram e o Toyota Corolla segue vivo e relevante no mercado brasileiro. O sedã médio é um exemplo vivo de que bons carros não nascem de uma hora para outra, mas sim pela construção de imagem lenta e constante.
Nem mesmo o admirado Civic conseguiu sustentar seus momentos de superação já que a Honda zanzou tanto em algumas gerações que acabou espantando clientes.
Agora surge o BYD King, mais uma aposta ligeira da fabricante chinesa, que tem sido a grande surpresa do mercado brasileiro nos últimos anos.
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Impulsionadas pela marca, choveram manchetes exageradas afirmando que o King (Rei em inglês) acabaria com o reinado do Corolla.
Embora o trocadilho seja tentador, a realidade dificilmente será essa, começando pelo fato que o King é um híbrido plug-in, sem versões mais acessíveis a combustão apenas.
Outro motivo é que o sedã chinês é importado e a rede da BYD é menor que a da Toyota. Por fim, é importante ressaltar que a clientela do Corolla é tradicional, não fosse assim e o sedã já teria dado adeus ao Brasil.
Portanto, não se trata de apuro técnico, algo que o King parece oferecer, com seus motores 1.5 a gasolina e elétrico e uma autonomia impressionantes de 1.200 km.
O que pesa nesse segmento é a tradição e confiabilidade que a Toyota construiu em volta do Corolla, um carro que ainda é relevante hoje, mesmo com a derrocada dos sedãs frente aos SUVs.
Como disse no título, o único e autêntico rival do Corolla é o Corolla Cross. Sim, porque com ele a Toyota oferece a mesma experiência (ou perto disso) do sedã em forma de utiltário esportivo.
Mesmo assim, vejam que o SUV só ultrapassou o sedã em vendas neste ano. Desde que estreou no Brasil, o Corolla Cross vende um pouco menos que o Corolla sedã.
Em 2024, no entanto, o irmão mais novo já havia emplacado 20 mil unidades contra pouco mais de 15,2 mil sedãs.
É verdade que o Corolla tem perdido lentamente o mesmo apelo do passado. Em 2015, por exemplo, a Toyota vendeu 67 mil unidades e no ano passado chegou a 43 mil carros.
Mas é um volume muito alto, com média atual de 2.500 carros por mês. Para o King batê-lo será preciso muitos navios cheios vindo da China todos os meses.
Ou, então, produzi-lo em Camaçari, mas penso que a BYD tem produtos com mais potencial para isso. Enquanto isso, salve o verdadeiro rei, o Corolla.
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