Brasileiros querem carros elétricos, aponta pesquisa
Em estudo, 90% dos participantes declararam que teriam um carro com este tipo de propulsão
A consultoria internacional KPMG, em parceria com a AutoData, revelou nesta quinta-feira (4) a sua Pesquisa Executiva Automotiva Global (GAES), Capítulo Brasileiro (Global Automotive Executive Survey, Brazilian Chapter, em inglês) oferecendo algumas informações interessantes sobre o comportamento dos consumidores brasileiros envolvendo automóveis.
Uma das conclusões muito interessantes é que 90% dos consumidores que participaram do levantamento gostariam de ter automóveis desse tipo à disposição para compra no Brasil. Contudo, apenas 46% dos executivos do setor concordam parcialmente que há viabilidade desta oferta no Brasil e somente 42% concordam parcialmente que há viabilidade de produção local no momento para automóveis de passeio com propulsão elétrica.
Outra conclusão que merece ser destacada é o fato de que 96% dos consumidores ouvidos pelo estudo informaram que chegam às concessionárias com a decisão de compra praticamente tomada com base em informações obtidas na Internet. Por outro lado, 93% desse público concorda que, após pesquisar na Internet, preferem fechar negócio em uma concessionária para verificarem detalhes do veículo e negociarem preço e condições de pagamento. Em relação à decisão de compra do próximo veículo, 50% dos consumidores objetivam um carro novo e 36% desejam um usado. Dessa amostra, quase metade (45%) pretende fazer a compra nos próximos dois anos.
Por falar nas concessionárias, a Pesquisa Executiva Automotiva Global perguntou aos executivos participantes do estudo sobre o papel delas na comercialização de veículos. Segundo eles, é imperativo repensar o papel da rede de concessionárias na construção do futuro ecossistema de negócios da indústria. Para quase a totalidade (98%) dos respondentes, a resposta é afirmativa, mesma opinião de 72% dos representantes de concessionárias.
"As questões mais desafiadoras (envolvendo concessionárias) estão associadas com a necessidade de reinventar, repensar, reconstruir e reorganizar as estruturas existentes, inclusive identificando novos fluxos de receita para os varejistas", explica Ricardo Bacellar, líder do setor automotivo da KPMG no Brasil.
A pesquisa foi realizada entre entre os meses de fevereiro e março de 2019 com 256 executivos e 1.004 consumidores residentes em todas as regiões do Brasil respondendo aos questionários disponibilizados na Internet.
Mais da metade dos executivos entrevistados (53%) ocupam cargos de alta gestão (Conselho de Administração, Presidência, Vice-Presidência e Diretoria). Quanto ao nicho de atuação, sobressaiu a participação das montadoras (37%), seguidas pelos sistemistas (19%), concessionárias (11%) e fornecedoras tiers 2, 3 e 4 (10%). Em relação aos resultados financeiros, mais da metade (53%) dos respondentes atuam em companhias com receita anual superior a R$ 1 bilhão.
Sobre os consumidores entrevistados, a grande maioria deles (70%) mora na região Sudeste, 61% têm renda média em comparação com pessoas do seu entorno e 96% têm grau de formação superior ou pós-graduação. Em relação à faixa etária, a maioria tem entre 25 e 40 anos (60%).