Brasil: estamos virando uma pátria de carros automáticos

Cresce a procura por transmissões desse tipo em diversos segmentos
O câmbio automático avança ano a ano em participação no Brasil

O câmbio automático avança ano a ano em participação no Brasil | Imagem: Divulgação

Empresário que atua no segmento de distribuição e também opera a marca chinesa JAC aqui no Brasil, Sergio Habib sempre tem o costume de trazer alguns números e análises que norteiam suas decisões. Durante o lançamento do T40 automático, o executivo pouco precisou explicar porque a marca ansiava tanto o fim dos entraves burocráticos do Inovar-Auto para iniciar a importação do modelo com câmbio CVT ao país. Em 2017, 83,4% dos SUVs vendidos no Brasil até R$ 100.000 contavam com esse tipo de transmissão.

Outro dado relevante que Habib colocou na mesa foi a migração cada vez maior dos brasileiros como um todo para o câmbio automático. Segundo ele, do valor médio dos carros comercializados no Brasil, que hoje gravita entre R$ 60.000 e R$ 70.000, cerca de 70% saem das concessionárias com o conforto do transmissão automática. Hoje cada vez mais acessíveis e confiáveis, as transmissões desse tipo ganharam o coração e o bolso dos brasileiros na hora de escolher o próximo carro. Claro que podemos colocar nessa lista de argumentos o trânsito cada vez mais caótico das cidades, onde o fato de não precisar lidar com o pedal da embreagem traz consigo um alívio muito grande.

Para corroborar a tese de que o mercado brasileiro migra de vez para os câmbios automáticos, pedimos alguns dados para a JATO do Brasil envolvendo o mercado brasileiro e a pesquisa revelou dados que são muito interessantes.

Em 2015, por exemplo, dos 2.476.965 carros e comerciais leves que ganharam as ruas no país, exatos 67% contavam com transmissão manual, enquanto 33% utilizam caixas automáticas ou automatizadas. Já em 2017, a participação do câmbio manual reduziu para 56,8%, com os automáticos e automatizados abocanhando 43,1% do mercado nacional, portanto um notável avanço de mais de 10%. 

Se analisarmos o panorama de 2018, o crescimento na procura do câmbio automático é muito sólido e, no primeiro trimestre deste ano, ele já se equipara com a transmissão manual em participação nas vendas de carro novos. Segundo os números levantados pela JATO do Brasil a pedido do Autoo, de janeiro a março deste ano ano 58,5% dos carros e comerciais leves vendidos no Brasil contavam com câmbio manual, já 52,3% estavam equipados com caixas automáticas ou automatizadas, como a linha I-Motion da Volkswagen ou GSR da Fiat.

Com isso, fica fácil entender algumas decisões como a da Fiat, que a partir da linha 2019 da Toro passou a oferecer a picape somente com câmbio automático. Quando as transmissões manual e automática eram oferecidas para o modelo, a caixa automática respondia por mais de 90% das vendas.

Em outros modelos esse cenário é outra constante. No caso do Honda Civic, por exemplo, o relatório da JATO nos aponta que 98,2% das unidades vendidas do sedã contavam com a caixa automática. Hoje em dia o Civic é praticamente o único sedã médio que ainda oferece a opção de câmbio manual, no caso sua versão de entrada Sport tabelada em R$ 89.400. 

Alguns modelos recentes, como é caso do Volkswagen Polo, ainda contam com uma procura por câmbios mais equilibrada. As versões com câmbio manual, equipadas com motor 1.0 ou 1.6, respondem por 46,2% das vendas do modelo, enquanto as automáticas ficam com 53,8%.

Obviamente que entre os modelos de entrada, e é nisso que o câmbio manual alcança muito volume em termos de participação de vendas, esse tipo de câmbio é o mais escolhido pelos clientes. No caso do Fiat Mobi, que até conta com uma opção automatizada, a transmissão manual fica com 94% de todo o volume que é comercializado do subcompacto. O mesmo pode ser dito da dupla Renault Sandero e Logan, onde o câmbio manual responde por 94,6% e 98,2% das vendas, respectivamente.

Essa predileção dos brasileiros que está crescendo cada vez mais em busca dos carros automáticos está levando a movimentações interessantes por parte das montadoras. A Ford, por exemplo, lançará ainda neste ano o Ka automático, enquanto a Volkswagen vai tomar a excelente decisão de retirar a caixa automatizada do Gol e do Voyage e colocar o câmbio automático de 6 marchas como opção para os dois modelos muito provavelmente ao longo do segundo semestre. Com preços competitivos, os três modelos serão excelentes novidades no mundo dos automáticos e irão colaborar muito para que esse tipo de transmissão ganhe ainda mais espaço no mercado.

O câmbio automático avança ano a ano em participação no Brasil

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Um dos raros sedãs médios com opção de câmbio manual, quase todo o volume vendido do Civic conta com transmissão automática

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A partir da linha 2019 a Fiat Toro só é oferecida com câmbio automático

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