BMW: motores a gasolina seguem em linha por pelo menos 30 anos
Fabricante aposta que os propulsores a gasolina ou diesel ainda tem um longo tempo no mercado
A BMW planeja ter 25 carros eletrificados (elétricos ou híbridos) até 2023. Mais da metade desses carros será 100% elétrica. Apesar disso, a marca não vai deixar de desenvolver motores à combustão. Como explicou o chefe de desenvolvimento da BMW, Klaus Fröhlich, em um evento de tecnologia promovido pela empresa: mesmo levando em conta o cenário cada vez mais presente de carros eletrificados, as vendas desses modelos deverão responder, no melhor dos cenários, por cerca de 30% de tudo que a BMW comercializa. Logo, ainda resta um bom espaço para os motores a combustão.
De acordo com o executivo, os motores a diesel estarão presentes na gama BMW por pelo menos 20 anos, enquanto os propulsores a gasolina ainda tem, pelo menos, uma sobrevida de 30 anos.
O chefe de desenvolvimento da BMW ainda vai além e classifica a onda de procura por carros elétricos como "exagerada". isso ocorre ao analisarmos a falta de infra-estrutura suficiente para a recarga de carros elétricos em mercados relevantes como Rússia, partes da China e Oriente Médio, locais onde os motores a combustão ainda contam com uma predominância de mercado por pelo menos 10 a 15 anos. O executivo ainda enxerga que nem mesmo nos EUA os carros elétricos se tornarão os mais populares no mercado, exceto por regiões como as costas Leste e Oeste do país. Além disso, os carros elétricos hoje em dia oneram muito mais as fabricantes com custos de produção bem superiores aos de automóveis a combustão, além do fato de que o preço das matérias-primas utilizadas nas baterias deverá crescer - encarecendo ainda mais esses carros - na medida em que a tecnologia se populariza.
Mesmo assim, o executivo listou alguns motores que devem sair de linha nos próximos anos por conta do tipo de combustível que eles utilizam ou de seus deslocamentos elevados demais. Um deles será o 1.5 de três cilindros, abastecido com diesel, bem como o 3.0 de seis cilindros com o mesmo combustível que equipa o BMW 750d. O V12 a gasolina também será cortado, uma vez que só são comercializadas 5 mil unidades anualmente desse motor e ele exige constantes atualizações para ficar dentro dos limites de poluentes emitidos.
Desta forma, de acordo com o chefe da BMW, o caminho é investir também na diminuição dos motores, o downsizing, para extrair cada vez mais eficiência dos propulsores a combustão e cumprir normas de emissões cada vez mais rígidas.