Avaliação: Volvo XC40, o SUV premium elétrico "baratinho"
Versão de apenas um motor cumpre o papel de entrada na linha e entrega mais do que o esperado
Esqueça por um momento o que se espera de um carro de entrada e barato —embora nenhum carro seja realmente barato no Brasil. Olhe algumas prateleiras acima no segmento de luxo e o primeiro elétrico a ser visto é o Volvo XC40 Plus, a porta de entrada para a linha Volvo enquanto o EX30 não chega.
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O preço pedido é de R$ 342.950, pois é, nada acessível para a maioria da população, mas vamos levar em conta que um Mercedes-Benz EQA mais barato custa 480.900 e o próprio XC 40 Ultimate, com dois motores, sai por R$ 405.950, é de se pensar.
O carro tem uma polegada a menos nas rodas, caindo de 20” para 19”, mas o visual é limpo e elegante. A grade fechada anuncia que se trata de um carro elétrico, afinal dispensa a ventilação. Os faróis com o “martelo de Thor” de LED marca que é mesmo um Volvo, assim como as lanternas que sobem pelas colunas.
Por dentro, o acabamento é primoroso. Na unidade testada, pintada no belo tom de azul “Fjord Blue”, carpete, forração de portas e tapetes também são azuis com o mesmo nome. Os bancos são revestidos de suede e couro e os plásticos internos são revestidos por uma camada macia.
Ao entrar no carro, ajusto o banco nos comandos elétricos, assim como retrovisores. Tento ligar meu celular à central multimídia, mas o XC40 só tem portas USB do tipo C. Como não é o meu caso, só me resta parear o Bluetooth e uso o Google Maps nativo da tela. Hora de sair, procuro o botão da partida e não encontro. Penso em pedir ajuda de alguém, mas me dou conta de que ele simplesmente não existe.
Basta posicionar a alavanca em D e soltar o freio de mão… não, ele também não existe. Só dirigir e pronto. Como todo elétrico, só se ouve o tradicional chiado do motor em funcionamento (pelo menos os Jetsons quase acertaram o som dos carros do futuro deles) e não há vibração.
Já na rua é possível notar que a aceleração do carro é forte. Faz de 0 a 100 km/h em 7,3 segundos, um bom desempenho para o carro de entrada. Em vez dos 408 cv e 67,3 kgfm de torque da versão mais cara, que utiliza dois motores, a "básica" entrega 231 cv e 33,7 kgfm. Mesmo sendo menos potente, o XC 40 Plus é divertido, confortável e espaçoso.
Quem espera um interior muito cheio de detalhes, não vai encontrar no Volvo. Quase não há botões físicos, apenas os essenciais. Todas as configurações são feitas através do tablet do painel. Os instrumentos ficam na tela diante do motorista, que replica o mapa do Google caso a central multimídia esteja sendo usada para outras funções, como controle da música ou do rádio.
A autonomia é de 231 km, de acordo com o Inmetro, mas durante uma semana rodei mais de 250 km sem carregar. E o SUV me foi entregue com 90% da bateria. Pode ser o uso mais urbano e usando um pouco de cada um dos três modos de regeneração, o que aproveita a frenagem para mandar energia à bateria. No mais eficaz, é possível dirigir com um só pedal, o do acelerador, pois o freio é aplicado só em parar de acelerar.
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Se a bateria de 69 kWh estiver quase sem carga, são necessárias 7h, em média, para recarregá-la por completo utilizando um wallbox de 11 kW. Já em fontes de corrente contínua (DC) de 150 kW, em cerca de meia hora a bateria alcança a carga total.