Avaliação: vale a pena comprar um Honda CR-V agora ou aguardar pela linha 2020?

Modelo beira os R$ 200 mil e disputa mercado com VW Tiguan Allspace, Chevrolet Equinox, entre outros modelos
Honda CR-V 2019

Honda CR-V 2019 | Imagem: Divulgação

Com uma previsão de estreia de novos modelos com propulsão híbrida prevista para os próximos meses (entre eles o Ford Escape e até mesmo o Jeep Compass 4xe), o segmento de SUVs médios reúne hoje excelentes representantes. Com preços que compreendem o vasto espectro entre R$ 100 mil e R$ 200 mil – podendo até passar um pouco disso –, sobram boas opções na categoria para atender os mais diferentes perfis de consumidores.

Quem está presente de forma discreta no segmento é a Honda, que desde 2018 importa dos EUA para o Brasil a quinta geração do CR-V. Considerando que em 2019 tivemos seu primeiro ano completo nas concessionárias, suas 930 unidades emplacadas por aqui ficaram bem distantes das 13.077 registradas pelo VW Tiguan Allspace e até mesmo das 4.631 do Chevrolet Equinox, ambos importados do México e favorecidos por um acordo tarifário mais generoso entre os países latino-americanos. Isso explica em parte, mas não justifica tamanha diferença entre o volume de emplacamentos do CR-V para a dupla mexicana.

Que o Honda tem várias qualidades, isso é inegável. Podemos citar como exemplo o excelente motor 1.5 turbo de 190 cv e 24,5 kgfm, a presença do sistema de tração integral e uma cabine extremamente ampla e confortável. O porta-malas de 522 litros também atende com competência o uso familiar.

Certamente o CR-V se tornará bem mais competitivo a partir de sua linha 2020, por enquanto sem previsão de estreia no Brasil em especial após a eclosão do novo coronavírus. Como já sabemos pelo mercado norte-americano, além de um sutil facelift na parte frontal, o SUV recebeu o importante pacote Honda Sensing de assistentes de condução. Entre as tecnologias agrupadas por ele figuram o controlador de velocidade adaptativo, assistente de permanência em faixa, entre outros.

 

A falta destes itens explicam o porquê de o Honda CR-V não vender muito mais hoje em dia. Enquanto é tabelado em R$ 194.900 e não traz nenhum recurso de eletrônica mais avançado, um Chevrolet Equinox Premier 2.0 turbo custa bem menos (R$ 162.990), também oferece tração integral e ainda traz todo um pacote de tecnologia que até o momento está ausente no Honda. Isso sem falar que o 2.0 turbo do Equinox entrega 262 cv e 37 kgfm de torque.

Além da introdução do Honda Sensing a partir da linha 2020, uma excelente ajuda para impulsionar as vendas do CR-V aqui no Brasil pode chegar por meio de sua nova versão híbrida.

Ela também foi apresentada no segundo semestre do ano passado e se notabiliza pelo conjunto mecânico formado por dois motores elétricos associados ao propulsor 2.0 a gasolina para entregar 212 cv de potência combinada. Segundo a Honda informou na época da apresentação, o CR-V Hybrid chega a ser 50% mais eficiente do que o 1.5 turbo vendido aqui.

Levando em consideração que a Honda tem nos planos oferecer modelos híbridos no Brasil, o CR-V em questão nos parece um candidato mais do que natural. Por aqui, certamente ele seria um fortíssimo rival para o Toyota RAV4, modelo que registrou uma fila de espera considerável na época de seu lançamento no Brasil.

O CR-V entrega o porte e o estilo de um SUV tipicamente voltado ao mercado norte-americano, porém respeita o DNA de uma marca japonesa ao oferecer uma dinâmica bastante equilibrada. As rodas de liga leve aro 18” colaboram com o visual e deixam o CR-V mais estável, enquanto o motor 1.5 turbo oferece desempenho bastante adequado ao SUV.

Claro que, descontando a ausência de assistentes de condução mais modernos, o Honda traz uma lista de equipamentos ao menos com o essencial do que se espera encontrar em um modelo beirando os R$ 200 mil. Estão nela o teto solar, o mecanismo de abertura elétrica para a tampa do porta-malas, head-up display, faróis full-led, entre outros. O revestimento interno de couro – que pode variar na cor dependendo da tonalidade escolhida para a carroceria – é bem executado, assim como o restante da cabine. A presença de elementos imitando madeira chega a ser um ponto questionável, mas até compreendido pela proposta e procedência do CR-V.

Uma conveniência para o motorista, por assim dizer, é o Honda LaneWatch, um assistente para a redução de pontos cegos no retrovisor direito. Ele recebe uma câmera na parte inferior e projeta essas imagens na tela da central multimídia, otimizando o campo de visão. É uma ajuda, mas o ideal mesmo seria um alerta de pontos cegos propriamente dito.

Logo, respondendo à pergunta que figura no título e baliza nossa análise, se você cogita a compra de um Honda CR-V, é prudente ter um pouco de paciência e aguardar pela estreia da linha 2020 do SUV também no Brasil. Com mais tecnologia, o preço hoje em dia elevado do CR-V pode se tornar mais aceitável. Se a opção híbrida também desembarcar por aqui, teremos também uma grata novidade na rede Honda.

Honda CR-V 2019
Honda CR-V 2019
Imagem: Divulgação