Avaliação rápida: Renault Kwid Outsider 2020
Nova versão topo de linha traz melhorias em especial na conectividade
Enquanto ficamos esperando pela chegada de novidades mais “quentes” no mercado, como as atualizações de Sandero, Logan e Duster, a Renault vai promovendo atualizações pontuais em sua gama.
A mais recente foi a estreia da nova versão Outsider para o Kwid, que passa a ocupar o posto de configuração topo de linha para o modelo de entrada da Renault no Brasil. O novo catálogo era uma bola cantada, por assim dizer, uma vez que desde a primeira apresentação do Kwid na região, ocorrida em 2017 durante o Salão de Buenos Aires, a Renault não escondia que tinha nos planos essa versão para o hatch.
Mecanicamente nada muda (confira a ficha técnica abaixo) e o Renault Kwid Outsider segue movido pelo competente motor 1.0 com 3 cilindros, que confere o desempenho esperado para um modelo como o Kwid e faz dele o carro não eletrificado mais econômico do Brasil, com médias que chegam a até 14,1 km/l na cidade e 14,4 km/l na estrada, ambas com gasolina, no caso específico da versão Outsider.
Se não traz arroubos de alegria em termos de desempenho, a performance do Kwid está mais do que suficiente para rodar cidade e encarar trechos urbanos de algumas rodovias, onde quase sempre o limite de velocidade é mais baixo. Fato é que o Kwid preocupa-se muito mais em gastar menos combustível do que com o desempenho em si, e ninguém pode reclamar do consumo a bordo do modelo.
A direção elétrica do Kwid é bem suave, o que é ótimo para as balizas mais apertadas na cidade, e não compromete em nada a dirigibilidade, mostrando-se bem precisa. A suspensão é um ponto forte do Kwid já que seus 18 cm de altura em relação ao solo ajudam bastante a encarar a buraqueira das cidades brasileiras. Sua atuação segue o restante do conjunto, mostrando-se bem calibrada para o conforto e sustentação da carroceria.
A comparação do Renault Kwid com o Fiat Mobi, modelos que atuam em faixas de preço semelhantes com suas diferentes versões, é algo inevitável, mas pelo menos em nossa opinião do hatch da Renault sai na frente do concorrente ao oferecer uma cabine ligeiramente mais espaçosa, sobretudo para os passageiros no banco traseiro, bem como o porta-malas de 290 litros do Kwid é digno de hatches compactos posicionados um segmento acima.
Fácil, prático e versátil para o uso urbano, o Renault Kwid é comedido nas dimensões para você conseguir lidar de forma melhor com ele na cidade, mas a conta vem um cabine inegavelmente estreita, dentro da qual passageiros com uma composição física maior podem se sentir um pouco apertados. Mas se a ideia é andar a maior parte do tempo sozinho, como ocorre na maioria dos deslocamentos urbanos, o modelo está de bom tamanho e vale o dinheiro gasto.
Por falar em custo, se você não abre mão de uma boa central multimídia e quer um carro mais completo, vale bem mais a pena optar de vez pela nova versão Outsider de R$ 43.990. Ela estreia a central Media Evolution na gama Kwid e se destaca por contar com os principais sistemas de espelhamento para smartphones do momento, no caso o Apple CarPlay e o Android Auto. Com isso, fica muito mais fácil utilizar seus aplicativos de navegação ou música preferidos e confere ao Kwid um ganho enorme em conectividade. Os times de design e engenharia da Renault merecem elogios pelo cuidado ao adaptar a Media Evolution para a gama Kwid, uma vez que a entrada USB foi reposicionada para o console central inferior, fazendo com que o celular seja acomodado em uma posição mais segura e o cabo do aparelho não fique solto pelo painel.
A central Media Evolution também estará presente na versão Intense (R$ 41.890), até então a mais cara do modelo, porém, pela diferença não muito grande em termos finaceiros para o Kwid Outsider, vale a pena migrar de vez para a nova opção do hatch. O que pesa a favor do Kwid Outsider são as melhorias estéticas que o modelo recebe na versão.
Externamente o Kwid Outsider conta com um visual mais robusto graças à inclusão dos skis nos para-choques dianteiro e traseiro, barras de teto, moldura do farol de neblina, calotas pintadas na cor preta e proteções laterais plásticas nas portas onde nas demais versões está presente apenas um adesivo.
Preferências à parte, o interior ficou mais alegre e jovial com a inclusão de detalhes alaranjados nas portas, alavanca de câmbio e volante, bem como no tecido de revestimento dos bancos, que também é exclusivo da versão Outider e traz uma boa padronagem. Com essas melhorias, o aspecto da cabine do Kwid torna-se um pouco mais refinada, afastando um pouco o aspecto de carro de entrada demasiadamente básico das demais opções.
É claro que a versão mais racional do Renault Kwid 2020 segue a Zen (R$ 38.790), que já sai de fábrica com ar-condicionado, direção elétrica, rádio, além de travas e vidros elétricos. Mas se o orçamento permite ir além dos R$ 40.000 ou você está de olho em um segundo carro para a família, o Kwid Outsider é um excelente pedida. O custo superior pedido pela central multimídia traz um bom retorno em nome da conectividade e você terá um excelente modelo para usar na cidade com muito conforto, praticidade e – o que é melhor no caso do Kwid – gastando pouco para manter. Uma receita bem interessante.
Ficha técnica
Renault Kwid 2020 Outsider 1.0 12V flex manual 4p | |
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Categoria | Aventureiro compacto |
Vendas acumuladas neste ano | 49.476 unidades |
Motor | 3 cilindros, 999 cm³ |
Potência | 66 cv a 5500 rpm (gasolina) |
Torque | 9,4 kgfm a 4250 rpm |
Dimensões | Comprimento 3,68 m, largura 1,579 m, altura 1,474 m, entreeixos 2,423 m |
Peso em ordem de marcha | 806 kg |
Tanque de combustível | 38 litros |
Porta-malas | 290 litros |