Avaliação rápida: Honda WR-V 2021
Modelo trouxe aprimoramentos estéticos na nova linha, mas o principal está no ganho em segurança
A atualização visual e técnica para o Honda WR-V em sua linha 2021 era algo esperado, uma vez que os mercados asiáticos já haviam antecipado todas as novidades para o crossover também produzido no Brasil.
Começando pelo ponto mais relevante, o modelo finalmente recebeu os controles de tração e estabilidade, importante dupla de segurança que, certamente, vai colaborar para tornar o WR-V mais competitivo no mercado. De quebra, a Honda também garante a viabilidade do modelo no mercado além de 2022, quando todos os automóveis novos vendidos no Brasil precisarão contar com o ESP de série.
Em termos mecânicos, esse foi o grande salto do WR-V em sua linha 2021. O motor 1.5 16V segue associado ao câmbio automático CVT, combinação que garante ao crossover baixo consumo, porém o desempenho é não mais do que mediano nas acelerações e retomadas. Se colocarmos o WR-V ao lado de um VW Nivus com seu 1.0 turbo com injeção direta sob o capô, notamos como a tecnologia faz diferença nesse aspecto. O apelo do WR-V sempre foi e continua sendo a racionalidade.
De qualquer forma, a Honda fez um bom trabalho ao tomar o Fit como base para introduzir um aventureiro compacto em sua gama. Do lado do monovolume, o WR-V herdou a cabine ampla, prática e versátil, bem como o porta-malas de 363 litros, que supera com facilidade o de modelos como o Jeep Renegade e o Citroën C4 Cactus.
Externamente, uma melhoria prática no WR-V 2021 vai para o novo para-choque traseiro, que oferece 67 mm a mais no comprimento, evitando assim colisões que possam danificar a tampa do compartimento de bagagens. Fora isso, as lanternas passam a contar com iluminação por LED nas versões EX e EXL, o que trouxe uma assinatura luminosa mais arrojada para o Honda. O friso acima da placa, antes cromado, agora acompanha a cor da carroceria. Aliás, a tonalidade Azul Cósmico (metálica) estreia para o WR-V a partir do ano/modelo 2021.
Esteticamente, a nova grade frontal, agora com linhas horizontais e uma faixa cromada mais estreita na parte superior, representa uma diferença sutil no estilo do carro, que agrada tanto quanto a solução anterior. O para-choque dianteiro foi preservado, porém traz uma nova moldura mais robusta para os faróis de neblina, condizente com a proposta "off-road light" do WR-V.
O crossover da Honda segue como uma pedida interessante em especial para quem deseja um carro menor e mais fácil de usar na cidade, como um hatch compacto, mas sem abrir mão do estilo mais robusto e próximo ao de um SUV propriamente dito.
Nesse aspecto, diferenciais do WR-V sobre o Fit, como o eixo traseiro baseado no HR-V, a suspensão reforçada e os melhores ângulos de ataque e saída também colaboram para uma condução mais relaxada na cidade, sem ter que se preocupar tanto com buracos, valetas, rampas, entre outros obstáculos da selva urbana.
Bem equipado na versão topo de linha EXL, que entrega revestimento interno de couro, 6 airbags, central multimídia com navegador integrado e câmera de ré, sensores de estacionamento dianteiro e traseiro, retrovisor interno eletrocrômico, acendimento automático dos faróis, ar-condicionado automático digital, entre outros recursos, o WR-V topo de linha custa R$ 94.700.
Se você olhar para o mercado, pode encontrar como um forte concorrente o recém-lançado VW Nivus na versão Highline, tabelado em R$ 98.290. A diferença financeira é grande, mas o Nivus topo de linha traz tudo o que o WR-V EXL oferece além de assistentes de condução avançados, como o alerta de colisão com frenagem autônoma de emergência e o piloto automático adaptativo. Logo, em termos de custo-benefício, o VW leva vantagem por conta do pacote de tecnologia superior e a mecânica mais sofisticada.
Claro que uma marca japonesa, como é o caso da Honda, ainda exerce sobre muitos consumidores uma atração natural por conta da robustez mecânica de seus carros e a qualidade de atendimento nas concessionárias, algo que serve como um diferencial indireto para o WR-V. É fato que, em termos de custos de propriedade e desvalorização, o WR-V, assim como muitos modelos da Honda e da conterrânea Toyota, ainda são referência.
Em resumo, o Honda WR-V segue como uma alternativa interessante de crossover compacto para quem não precisa do tamanho maior ou ainda não quer realizar o salto financeiro necessário para migrar para um SUV compacto. Ele é um modelo mais racional que o Nivus, compartilhando com o VW a mesma aura aventureira que permeia o projeto de ambos. Se não tem o estilo mais arrojado do VW, a seu favor o WR-V entrega uma cabine muito inteligente e fruto de uma arquitetura singular da Honda, que torna o WR-V capaz de atender uma família sem passar aperto.
Agora como os necessários controles de tração e estabilidade, o WR-V é uma competente “ponte” entre os hatches e SUVs, só que voltado a um tipo de cliente que dá muito mais valor às decisões comandadas pelo cérebro do que pelo coração. Não por acaso, a Honda preparou a versão de entrada LX (R$ 83.400) para compor a linha 2021 do modelo. Se esse é o seu perfil, você terá no WR-V 2021 uma boa escolha.
Ficha técnica
Honda WR-V 2021 EXL 1.5 16V flex automático 4p | |
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Preço | R$ 94.700 (10/2020) |
Categoria | Aventureiro compacto |
Vendas acumuladas neste ano | 10.601 unidades |
Motor | 4 cilindros, 1497 cm³ |
Potência | 115 cv a 6000 rpm (gasolina) |
Torque | 15,2 kgfm a 4800 rpm |
Dimensões | Comprimento 4 m, largura 1,734 m, altura 1,599 m, entreeixos 2,555 m |
Peso em ordem de marcha | 1130 kg |
Tanque de combustível | 45 litros |
Porta-malas | 363 litros |