Avaliação: Ford Maverick é picape feita para andar e não carregar
Baixa, veloz e sem eletrificação, Maverick Lariat FX4 vai melhor no asfalto do que no trabalho
As picapes intermediárias (entre as compactas e as médias) feitas em monobloco que estão pipocando no mercado brasileiro e mundial são chamadas nos Estados Unidos de “life style pick-ups”, ou seja, são só para o estilo de vida.
São feitas para carregar uma prancha ou uma motocicleta, rebocar um barco pequeno, nada mais do que isso. Com 617 kg de capacidade de carga (o que inclui os passageiros) e mais 500 kg de limite para o reboque, a Ford Maverick Lariat FX4 não esconde que está aqui para isso mesmo.
Ao retirar a unidade disponibilizada para o teste do Autoo, pintada no belo azul Atlas, a primeira coisa que reparei é o quanto ela é baixa para uma picape desse porte. Não falo nem pelo 1,73 m de altura total, mas a distância para o solo de 21,8 cm.
Os pneus de uso misto 225/65 com rodas de 17 polegadas também não são nenhum convite para o trabalho, muito menos em estrada que não seja revestida por um bom e liso asfalto. Tendo em mente a ficha técnica que fui estudando no caminho até ela, já sabia que sua tocada seria mais esportiva.
E não deu outra. O motor 2.0 turbo de 253 cv não tem nenhuma eletrificação. Para isso tem a versão Hybrid. A FX4 guarda ainda o cajado do carro a combustão puro com motor grande e potência alta que um dia será só memória.
Isso porque estamos falando de algo recente, quando as montadoras americanas foram obrigadas a abandonar seus seis ou oito cilindros para usar um de quatro cilindros turbinado, mas para os padrões brasileiros, o 2.0 já nos agrada. E bastante.
Os 38,7 kgfm de torque aparecem aos 3.000 rpm e o conta-giros chega a essa marca facilmente. Além disso, o câmbio de oito marchas não deixa o motorista sentir o turbolag, aquele pequeno atraso na resposta depois de pisar no pedal da direita. A aceleração é forte e a condução bastante divertida. Em curvas nem dá para lembrar que se trata de uma picape, apesar de se tratar de um carro de 5,07 m de comprimento.
A tração é 4x4 com distribuição automática da força entre os eixos, mas o motorista pode escolher entre os modos Normal, Escorregadio, Lama/Terra, Areia e Rebocar.
Para viajar, no entanto, a picape pode ficar bem comportada. A 120 km/h constante, a rotação fica em torno de 2.000 rpm (rotações por minuto) e gastar pouco combustível. Segundo o Inmetro, a média rodoviária da picape é de 11,1 km/l, mas é possível fazer número melhor.
No nosso teste, foram 220 km rodados com mais cidade do que estrada e uma média de 6,1 km/l de gasolina.
Guarde seus objetos
E tudo isso com muito conforto. O acabamento é caprichado com o painel azulado, detalhes em cobre e outros em cinza. Há uma diversidade de porta-objetos, inclusive um grande sob o banco traseiro bom para guardar pequenas compras na ausência de um porta-malas fechado. A caçamba é aberta, com capota marítima e caixas organizadoras são vendidas como acessórios.
A multimídia tem conexão de AndroidAuto e Apple Carplay, mas a tela de 8” é pequena para os padrões atuais. O pequeno porta-objetos ao lado do visor poderia dar lugar para uma tela maior. O sistema original é fácil de mexer e tem a possibilidade de instalação de aplicativos e comando de voz.
O painel é digital e a tela de 6,5” pode mostrar informações do computador de bordo, do ângulo de esterço das rodas, da inclinação da carroceria e do funcionamento da tração, por exemplo.
Entre os equipamentos, além dos já citados, estão os sete airbags (dianteiros, laterais, cortinas e joelho do motorista), assistente de pré-colisão com frenagem de emergência e detecção de pedestres e ciclistas, farol alto automático, assistente de frenagem pós-colisão, monitoramento da pressão dos pneus, controles eletrônicos de tração e estabilidade, controle automático de descida, assistente de partida em rampas e freios a discos nas quatro rodas.
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E tudo isso por R$ 224.890, R$ 20 mil mais barata do que no lançamento. Talvez seja o efeito da Ram Rampage, sua principal rival que tem a vantagem de ser nacional e ter a mesma pegada life style.