Avaliação: Citroën C4 Cactus é divertido e merece a sua atenção

É chover no molhado falar que os SUVs estão na moda e que se você não tem um carro do tipo, ainda terá. Eles dominam quase metade das vendas de carros 0 km no Brasil hoje e deixam o restante para picapes, hatches e sedãs dividirem. 

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Mas nem todo SUV é assim um sucesso de vendas. O Citroën C4 Cactus foi o 50º carro mais vendido de 2023 e quase nem apareceu no ranking de vendas da Fenabrave, que vai até… 50.

Foram apenas 3.674 unidades vendidas ao longo do ano, enquanto o Volkswagen T-Cross, o mais popular, teve 72.440 emplacamentos. A diferença é bem grande.Mas vamos fazer um comparativo rápido aqui.

O C4 Cactus testado é o da versão Shine Pack e ele custa R$ 139.990. Um T-Cross 200 TSI sai por R$ 142.990. Tudo bem, o Citroën é um pouco menor e tem menos porta-malas, mas tem mais equipamentos. 

Imagem: Fernando Pedroso/Autoo

Sai a mais do que rival com ar-condicionado digital e automático, alerta de colisão dianteira (que apita e dá mensagem na central multimídia toda hora), rodas de 17” contra as de 16” do rival, chave presencial e bancos de couro, entre outros.

Mas o mais legal está debaixo do capô. O motor 1.6 THP pode estar com os dias contados e não sobreviver às novas regras de emissões que estão por vir, mas ele diverte bem mais do que o 1.0 TSI de 128 cv e 20,4 kgfm do Volkswagen.

Imagem: Divulgação

Atrelado ao câmbio automático de seis marchas e ao baixo peso, o C4 Cactus tem desempenho de carro esportivo. Com seu 1.6 turbo de 173 cv e 24,5 kgfm de torque, faz de 0 a 100 km/h em 7,7 segundos. Para terminar a comparação com o T-Cross por aqui, ele faz o mesmo em 10,1 segundos. E tudo isso fazendo média de 10,1 km/l com gasolina em nosso teste com mais trechos urbanos do que rodoviários.

O corpinho compacto do Citroën casa muito bem com esse conjunto mecânico. Por não ser muito grande e nem alto, a dirigibilidade dele agrada e lembra os antigos e extintos hatches médios, que é basicamente o que o C4 Cactus é, mas com alguns adereços para ficar com cara de off-road.

Imagem: Divulgação

Por falar em visual, o Cactus segue atual, mesmo quase sem mudanças há bastante tempo. Os faróis divididos seguem na moda, assim como a pintura em dois tons. As novas rodas de 17 polegadas que vieram da Europa —pois eram usadas no Cactus de lá desde seu lançamento em 2014. Pois é, mas por aqui ainda é novidade e são bonitas.

Por dentro, a linha 2024 trouxe novo tecido nos bancos, carregador de celular por indução e a central multimídia tem agora tela de 10 polegadas e é compatível com Apple CarPlay e Android Auto sem fio.

Imagem: Fernando Pedroso/Autoo

O acabamento é condizente com a faixa de preço do carro e o espaço interno é bom para uma família pequena. Só não pode querer levar muita bagagem. São 320 litros de capacidade, um dos menores da categoria. É o mesmo volume, por exemplo, do Renault Stepway, que é um hatch aventureiro. Além disso, a abertura da tampa é acima da placa, o que deixa a abertura meio alta para se colocar objetos mais pesados.

Se é para reclamar de mais uma coisa, faltam portas-USB do tipo C, para os celulares mais modernos e que já estão na maioria dos concorrentes. Na linha 2024 a Citroën colocou uma porta no banco traseiro e um gancho para enrolar cabos. Há ainda outra no console central e uma no painel, mas todas do tipo comum.

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Mas tudo bem, isso não pode impedir alguém que esteja procurando um SUV compacto deixe de olhar o C4 Cactus, dirigir um pouco e pensar se não vale dar um voto de confiança para esse veterano modelo, mas que anda mais que muito SUV bem vendido por aí.

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