Avaliação: Caoa Chery Tiggo 8 une o melhor dos dois mundos, mas exige energia
Versão híbrida plug-in precisa estar com as baterias sempre carregadas para consumir pouco
Muita gente já me perguntou: “teria um carro elétrico hoje?” A minha resposta é sempre “depende, mas eu escolheria um híbrido plug-in”. É o caso do Caoa Chery Tiggo 8 Pro Hybrid, com esse nome gigante mesmo. Ele une o melhor dos mundos com motores elétricos e um a gasolina (melhor se fosse flex) para entregar 317 cv de potência.
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Particularmente ainda não conhecia o carro e tive a oportunidade de ficar alguns dias com um, que fui buscar com o tanque de gasolina cheio e a bateria carregada. A autonomia era otimista e apontava mais de 500 km na gasolina e 77 km no modo elétrico.
O propulsor a combustão é um 1.5 turbo flex de 147 cv de potência e 22,4 kgfm de torque. Ele trabalha em conjunto com dois motores elétricos, com 170 cv de potência e 34,2 kgfm de torque. Está tudo ligado ao eixo dianteiro, ou seja, o SUV não é 4x4.
Na cidade, o carro pode andar somente no modo elétrico, desde que não se passe dos 40 km/h, quando o motor a gasolina entra em ação de forma quase imperceptível. Aqueles 77 km previstos no painel, no entanto, vão diminuindo mais do que os quilômetros rodados de fato.
Há um sistema de regeneração de energia, que usa a frenagem e a própria força do motor a gasolina para ir enchendo aos poucos a bateria, mas ela mais esvazia do que carrega. Para isso é possível recarregar a bateria em wallbox ou postos públicos. Até tentei usar um carregador da Volvo, mas encheu muito pouco.
Com menos da metade da bateria, o motor a combustão começa a ser mais exigido. Aquele consumo acima dos 50 km/l começa a ficar abaixo dos 10 km/l. Sem ter onde recarregar, o jeito é ficar de olho no ponteiro do combustível.
E foi isso o que aconteceu durante nosso teste. Sem ter onde carregar com frequência, o jeito foi parar de aproveitar os 317 cv da potência combinada e maneirar no pé direito. E deu saudades. No modo esporte, o pesado SUV acelera com vigor. Segundo a Caoa Chery, chega aos 100 km/h em 6,6 segundos.
No modo normal e pisando leve, o conjunto mecânico cumpre o seu papel. Em uma rápida viagem para o interior de São Paulo, o carro usou mais o propulsor a gasolina, o que ajudou a carregar a bateria, mas antecipou a visita ao posto. Dos mais de 1.000 km prometidos no site da Chery, rodei pouco mais de 400 km.
Isso tudo sem deixar a desejar no desempenho. As acelerações e retomadas são condizentes com o porte do Tiggo 8, mas fica a lição: tenha um carregador em casa.
Espaço de sobra
Motorização à parte, o Tiggo 8 é um SUV de 7 lugares e que custa R$ 239.990 na versão híbrida. Seu rival mais próximo é o Jeep Commander, que começa em R$ 234.590 com o motor 1.3 turbo de 185 cv. Não há eletrificação nem como opcional aqui.
O SUV chinês é bem equipado com ar-condicionado digital com duas zonas de temperatura —inclusive uma tela touch screen só pra ele—, bancos dianteiros elétricos com aquecimento ou ventilação, teto solar panorâmico, central multimidia com Android Auto e Apple Carplay, ainda com a exigência do cabo, em uma tela de 24.6" que engloba a central e o painel de instrumentos.
Na parte de segurança, conta com seis airbags, piloto automático adaptativo, frenagem de emergência e câmeras que formam imagem 360º, entre outros.
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O espaço interno é bem generoso para cinco pessoas e duas crianças podem viajar nos assentos extras que ficam escondidos no assoalho do porta-malas. Com eles levantados, a capacidade cai de 889 litros para 193 litros, mas não tem carro deste porte com sete lugares que não seja assim.
Resumindo, tendo um carregador em casa para usufruir dos motores elétricos, o Tiggo 8 cumpre bem o papel de SUV de sete lugares, por um preço na faixa do rival de entrada e com pouco gasto de combustível. No fim, vale a pena.