Audi restaura 'Flecha de Prata' de 1939
Antigo carro de corrida da Auto Union tinha motor de 600 cv e alcançava 368 km/h
Os carros da Audi já passavam dos 300 km/h, quando não além dos 400 km/h, nos idos de 1930. A marca, ainda chamada Auto Union, era um dos expoentes do Grand Prix, a “Fórmula 1” dos anos 1920 e 1930 com seus carros esguios, que inauguravam novos conceitos de aerodinâmica e equilíbrio. Por conta desse formato e a carroceria de alumínio sem pintura (para reduzir peso) os carros foram chamados “Flechas de Prata”.
Uma dessas flechas era o Type D, um dos últimos carros da famosa série da marca que dominou os pódios da época junto da Mercedes-Benz.
Por conta dos combates da II Guerra Mundial, muitos dos bólidos acabaram destruídos ou desapareceram. Mas o departamento “Audi Tradition”, que cuida do passado da montadora, recuperou um combalido remanescente da temporada de 1939 e o restaurou ao ponto de fazê-lo “viver” novamente, ganhando plenas condições de funcionamento.
O modelo recuperado carrega um motorzão 3.0 V16 com duplo supercharger (compressor mecânico) e 32 válvulas capaz de gerar 480 cv e torque máximo de 56 kgfm, um desempenho e tanto mesmo para um motor atual. Segundo os antigos documentos da Audi, a unidade restaurada chegou a incrível velocidade de 368 km/h, uma marca que mesmo os carros de F1 atuais poucas vezes alcançam em circuitos.
O Type D de 1939 foi desenvolvido pela Horsch, um dos quatro “aneis” que formavam o grupo alemão Auto Union, formado ainda por DKW, Wanderer e a Audi. Na época dos conflitos na Alemanha, o carro foi guardado em Zwickau, uma das regiões que foi ocupada pelo exército da então União Soviética, que por sua vez levou uma série de artefatos da região para Rússia como forma de pagamento pelos danos causados na guerra. Com o tempo o carros acabou abandonado e descartado. Mas, por sorte, não foi destruído.
Em 1970 o colecionador de carros norte-americano Paul Karassik, seguiu um boato de que dois antigos Type D estavam abandonados um na Rússia e outro na Ucrânia e após 10 longos anos de pesquisa encontrou um dos carros em condições precárias próximo a Moscou e o levou para Florida, nos Estados Unidos, onde vive atualmente. Para recuperar o modelo, Karassik recorreu à ajuda da Audi, que ainda possui os projetos originais do carro e mão-de-obra mais do que especializada para a missão.
Já o Type D perdido na Ucrânia nunca foi encontrado. Alguém se arrisca a procurá-lo?