Audi nacional abre caminho para Golf brasileiro
Modelos A3 e Golf utilizam a plataforma MQB, mais moderna da Volkswagen, que deve anunciar produção do hatch em breve
Mais importante que o anúncio da Audi, que produzirá no Brasil o sedã A3 e o crossover Q3, é saber que nosso país entrou na rota da plataforma MQB. Trata-se de uma das mais modernas arquiteturas de automóveis do mercado atualmente.
Versátil, a base MQB pode dar origem a diversos modelos graças à sua modularidade e ao baixo custo de produção. É por essa razão que a produção do Golf 7 no Brasil é praticamente uma certeza hoje – o hatch médio recentemente lançado no país, mas vindo da Alemanha, compartilha componentes com a família A3 como ocorreu em 1999, quando gerações antigas dos dois modelos compartilharam a linha de montagem de São José dos Pinhais, no Paraná.
Comenta-se no mercado que a Volkswagen anunciará em breve a segunda parte do investimento na fábrica paranaense, ou seja, cerca de R$ 700 milhões para fabricar o novo Golf na mesma linha dos modelos da Audi. Além do mais, as 26 mil unidades/ano que a Audi diz que fará no Brasil são modestas para o potencial dessa plataforma. Com o Golf, ela se justifica plenamente.
Quatro bases apenas
A Volkswagen tem um objetivo ousado em 2018, ser o maior fabricante de automóveis do mundo, à frente da Toyota e da GM. A estratégia para atingir essa meta passa por várias ações, entre elas, a redução das plataformas de seus veículos. Um dos segredos é justamente reduzir o número delas para apenas quatro.
Além da MQB, voltada para modelos de médio porte, há a MLB, para carros grandes com motor longitudinal, uma terceira para esportivos e outra para pequenos veículos, a NSF, usada pelo up!, futuro compacto nacional da VW.
A MQB (que traduzido do alemão significa algo como Kit Modular Transversal) é, no entanto, a mais importante das quatro por ter potencial de uso em um sem número de veículos. A chave da eficiência estaria na posição uniformizada de motor e transmissão que geraria uma economia de custos sem precedentes. Com a alma do veículo já definida, mudam-se apenas as dimensões e características das diversas carrocerias. Por isso, acredita-se que a Volks vá aproveitar a MQB para desenvolver outros modelos nacionais, como um sucessor para o Polo, por exemplo.
Plataforma MQB, usada pelo Golf VII
Segundo a agência Reuters, a Volkswagen teria investido US$ 70 bilhões no projeto de redução de plataformas, mas já teria economizado com elas cerca de US$ 20 bilhões até o final de 2012. Isso explica em parte porque o novo Golf pôde chegar ao Brasil com um preço equivalente ao de modelos nacionais mesmo sendo fabricado na Alemanha. Como se vê, a MQB é uma boa notícia não só para o consumidor brasileiro, mas para o bolso da montadora alemã.