Após nove anos, Chevrolet Captiva dá adeus ao Brasil

Utilitário esportivo da GM chegou ao país em setembro de 2008 e acumulou 61,4 mil emplacamentos nesse período. Equinox assumirá seu lugar nos próximos meses
Chevrolet Captiva 2016

Chevrolet Captiva 2016 | Imagem: Divulgação

Já há algum tempo o Captiva não era mais importado pela Chevrolet, mas oficiamente o utilitário esportivo deixou o mercado em julho, ao deixar de ser divulgado no site da marca. Com isso encerra-se uma carreira que quase completou nove anos em setembro. Seu sucessor é o novo SUV Equinox, parente próximo do Cruze e um projeto global.

Embora sem destaque nos últimos anos, a carreira do Captiva no Brasil foi marcante. Trazido do México com o sobrenome “Sport”, o Captiva vendido no Brasil era uma versão do Saturn Vue exportado para os EUA e não o Captiva original, comercializado na Europa e também na vizinha Argentina.

Na época, os SUVs médios começavam a mostrar sua força, sobretudo o Honda CR-V e o Hyundai Tucson. Com o Captiva, a Chevrolet cobriu uma lacuna que era mal preenchida pelo menor e mais antiquado Tracker (na verdade, um Suzuki Grand Vitara rebatizado). Logo nos primeiros meses de venda o modelo desbancou seus rivais e liderou o segmento – mesmo com apenas a versão 3.0 V6 disponível.

No ano seguinte, nacional, o Tucson disparou nas vendas, mas o Captiva mostrou um bom desempenho nas vendas com 13,6 mil emplacamentos e uma nova versão com motor 2.4 Ecotec, menos beberrão.

No entanto, logo vários concorrentes chegaram ou se renovaram e as vendas do Captiva empacaram. Em 2012, o SUV vendeu menos de 10 mil unidades, terminando na 6ª posição. Nada que se compare a brusca queda em 2013, ano em que o novo Tracker estreou no país e novos SUVs compactos começaram a abocanhar uma fatia das vendas dos rivais de maior porte.

Foi aí que a Chevrolet decidiu aposentar o Captiva V6 e focar apenas na versão 2.4. E os rumores de que o modelo não teria uma nova geração surgiram, mesmo desmentidos pela GM. Na prática, no entanto, a restrição de importação do Inovar Auto somado aos planos da montadora acabaram tornando o Captiva uma espécie de “zumbi” nos últimos tempos. Ele até constava do portfólio, mas com vendas modestas – este ano, por exemplo, foram apenas 83 unidades até julho.

Apesar do fim discreto, o Captiva não será esquecido nas ruas tão facilmente: nesse período nada menos que 61,4 mil unidades chegaram ao país, garantindo uma longa vida no Brasil. Em seu lugar, chegará em outubro o belo e potente Equinox, também feito no México como ele, mas que certamente não será tão comum quanto seu antecessor.

Ricardo Meier

Comenta o mercado de vendas de automóveis e tendências sustentáveis