Apesar de janeiro ''frustrante'', Anfavea aposta em reação do mercado em 2022

Segundo associação, queda na produção foi de 27,4% na comparação com janeiro de 2021
Fábrica Renault

Fábrica Renault | Imagem: Divulgação

Ao menos para o setor automotivo, os primeiros dois meses do ano costumam acarretar em um volume de vendas menor por conta de fatores sazonais, entre eles as paradas nas fábricas, feriados, pagamento de impostos, entre outros. 

Entretanto, segundo a Anfavea, janeiro de 2022 foi “especialmente complicado” para as fabricantes automotivas instaladas no país, de acordo com os dados consolidados da associação revelados nesta segunda-feira (7) relativos ao mês passado. 

De acordo com a entidade, a produção de 145,4 mil unidades foi 27,4% inferior à de janeiro de 2021. 

Ainda segundo a Anfavea, como ocorreu em janeiro de 2021, mês passado também foi mais curto na prática, com média de 17 dias úteis, se levadas em conta as férias coletivas prolongadas em boa parte das fábricas. 

O que pesou contra os resultados de janeiro deste ano foi uma mistura da já conhecida escassez de componentes eletrônicos com os impactos da variante Ômicron sobre a força de trabalho, pontua a Anfavea. As fabricantes associadas da entidade reportaram índices sem precedentes de absenteísmo por conta de afastamentos de funcionários por contrair Covid-19 ou apresentar suspeita da infecção. 

Foi um mês de recorde nas infecções por Covid-19 no país e de chuvas acima da média para o período, o que afetou a produção dos fornecedores e dos fabricantes de veículos, e ainda afastou clientes das concessionárias”, analisa Luiz Carlos Moraes, presidente da Anfavea. 

Outro fator que afetou os números foi a bem-vinda entrada em vigor do novo sistema do Registro Nacional de Veículos em Estoque, o Renave, que desburocratizou e trouxe maior segurança ao processo digital de licenciamento. A curva de aprendizado de todos os agentes envolvidos nessa operação da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran) atrasou alguns licenciamentos de carros vendidos em janeiro, mas a situação já está normalizada, refletindo em números melhores de emplacamentos neste início de fevereiro”, pontua Moraes. 

Estoques e nível de emprego

As vendas internas também sofreram as consequências da falta de oferta e de problemas no varejo. No total, 126,5 mil veículos foram emplacados, um recuo de 26,1% sobre janeiro do ano anterior. Outros países afetados pela variante Ômicron tiveram quedas parecidas com a do mercado brasileiro, próximas de 20%, destaca a Anfavea. 

Ainda sobre os dados de janeiro deste ano, a Anfavea acrescenta que os estoques e nível de emprego mantiveram patamares muito semelhantes aos de dezembro. As exportações foram menos prejudicadas, com 27,6 mil unidades foram embarcadas, o que representou um crescimento de 6,6% em relação a janeiro de 2021. 

Por fim, Moraes destaca que a associação ainda aposta numa boa reação do mercado para este ano, apesar do janeiro classificado como “frustrante”. 

Os problemas causados pela Ômicron deverão ser amenizados nos próximos dois meses, permitindo um quadro mais próximo da normalidade em todas as atividades. E, como destacamos anteriormente, não teremos todos os semicondutores que precisamos este ano, mas o nível de escassez será menor do que em 2021. Portanto, o único sinal de alerta é para a alta dos juros acima do que era esperado. Isso pode desaquecer o mercado, caso não haja contrapartidas que tragam algum alívio para o orçamento dos consumidores”, finaliza o presidente da Anfavea.

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